Tem sido difícil para filmes acertar na dose de sexo. Para cada transa verdadeiramente erótica e realista retratada na tela (veja Azul é a Cor mais Quente, como um exemplo recente), há um sem número de filmes que fazem disso um ato completamente insano (Basic Instinct/Instinto Selvagem), ou algo saído de um videoclipe dos anos 1980 (Veja praticamente todos os filmes daquela década com pessoas muito ocupada em fazer sexo gráfico).
E depois há aqueles filmes que fazem do sexo uma procura ativamente desagradável.
Alguns fazem isso de proposito, enquanto outros pretendem despertar, mas só conseguem esvaziar todo o interesse que poderia ter vindo no processo. Você pode adicionar a esta lista a nova adaptação, altamente esperada do pobre romance de E L James - 50 Tons de Cinza, embora seja difícil dizer se James e a diretora Sam Taylor Johnson tinham o proposito de excitar ou desligar o erotismo de vez. A história de James é uma conspiração para levar a desajeitada e tímida Anastasia (Dakota Johnson, a única graça do filme), para os braços do arrogante, secretamente inseguro e assustado Christian (Jamie Dornan), mas as cenas de sexo podem ser deixadas de lado, há pouca química sexual entre eles e sua relação BDSM não é apenas torta mas francamente preocupante. (Sim, eu fui ver o filme pra escunhabar aqui, mas isso é tudo que eu consigo dizer sobre ele).
Então, para não perder meu dinheiro, e antes de liberarmos mentalmente a roubada que é 50 Tons para fora do nosso sistema, aqui está uma lista de filmes que fizeram o que deveriam de dois adultos ou mais em sexo consentido algo mais digno de um olhar cinematográfico. Vamos ver se era essa a intenção ou não para cada um deles, e se eles em geral são dignos do seu tempo, mas, entretanto você pode deixar a caixa de brinquedos sexuais longe: você não vai precisar deles.
1 - O Último Tango em Paris (1976)
A história do cinema nunca mais foi a mesma depois que o diretor Bernardo Bertolucci colocou na tela Marlon Brandon besuntando com manteiga Maria Schneider para uma ação mais confortável pela porta de trás neste filme marcante. O conto de dois estranhos que se encontram em um apartamento vazio para f****. A dor, essencialmente longe de Bertolluci, tem uma carga erótica para ele, mas é inundada por sentimentos de alienação e violência sexual que permeia de Brandon a Schneider em um relacionamento condenado, mas muito poderoso
Gostaríamos de pensar que esse era o ponto de Bertolucci, já que ele nos entregou uma visão muito mais de descoberta sexual juvenil e êxtase em Dreamers de 2003.
2 - Império dos Sentidos (1986)
Com base em um incidente que ocorreu no Japão na década de 1930, o épico de dominação sexual e degradação, do diretor Nagisa Oshima teve que ter sua filmagens finalizadas na França para não ser apreendido pela as autoridades Japonesas. O filme explora a relação entre o proprietário de um hotel (Tatsuya Fuji), e a empregada domestica transformada em prostituta (Eiko Matsuda) que se torna sexualmente algo mais experimental e até mesmo perigoso, com um final que não é para os fracos de coração.
O que não é sexy: os dois amantes são muito danificados e obsessivos para sua atividades parecerem qualquer coisa sexy, e sim, muito desesperados.
3 - 9 e Meia Semanas de Amor (1986)
Mickey Rourke, no auge de sua fama inicial e a novata Kim Basinger começam a trabalhar num épico de humilhação sexual do diretor Adrian Lyne. De muitas maneiras, este filme é um ancestral de 50 tons, do seu personagem masculino disfarçadamente seguro para uma persona feminina previsível e emocionalmente vulnerável. Assim como no último filme, a relação, inicialmente impessoal entre os dois, fica complicada quando o sentimento entra na equação.
Mas, 9 e Meia Semanas tem o mesmo distanciamento emocional de 50 Tons, e isso não ajuda na direção de Lyne que ainda se sente raso e explorador. O calor emitido a partir dos dois condutores da trama não para de ser um trabalho árduo, por que o seu roteiro e direção não tem a inteligência para dar à história uma verdadeira profundidade.
4 - Nekromantik (1988)
Filmado em Super 8, com um orçamento menor dos que os apertados apartamentos do Programa Minha Casa Minha Vida, dirigido pelo Alemão Ocidental (Tinha que ser...) Jorg Buttgereit, está é a história de um casal que se entrega a necrofilia, e é algo feio e repugnante para se ter em um filme. Sexo gráfico com (falsos) cadáveres, mutilação, copioso gore e abate real de animais (retirado de documentários, mas ainda repugnante), fazem parte das festividades, embalado em quase insuportáveis 75 minutos.
Não há nenhuma duvida quanto a intenção do diretor aqui e nem mesmo uma pitada de qualquer coisa erótica; trata-se de um ramo particularmente doente da sexualidade e como ele opera em conjunto com um colapso mental em câmera lenta. É claro que os fãs de horror gore o reverencia-o pelo cenário de abalar tabus, mesmo que haja apenas uma pequena embarcação de cinema verdade em exposição.
5 - Encaixotando Helena (1993)
A estreia na direção da filha de David Lynch, Jennifer é tediosa como o inferno deve ser, graças a um enredo estupido, escabroso e um desempenho protagonista terrível de Julian Sands. Ele interpreta um cirurgião cuja obsessão por uma mulher (Sherilynn Fenn) leva-o a mantê-la cativa e de pernas amputada depois que ele a salva de um acidente de carro (melhor ter morrido lá).
As cenas de sexo são tipicas da década, mas Sands é tudo que vemos além de Fenn, para gerar um calor qualquer. Se Jennifer queria com isso provocar uma meditação sobre como a obsessão pode rapidamente se transformar em crueldade... bem, o filme é certamente o último. Graças aos deuses!
6 - Corpo em Evidência (1993)
De Sliver a Jade para Showgirls, os anos 1990 podem entrar para a década dos filmes defeituosos em termos de sexo. E um dos piores do grupo tem que ser este bombástico romance S & M estrelado por Madonna como uma mulher acusada de assassinar seu amante muito mais velho (ao induzir um ataque cardíaco através do sexo) e William Dafoe como seu advogado, que acaba de embarcar em um caso sadomasoquista com ela.
As cenas de sexo do filme são bastante gráfica, mas prejudicadas pela atuação rançosa de Madonna e do ar de desagrado do filme como um todo, que se parece com um cobertor molhado, um pedaço de pão amanhecido. Até mesmo os entusiastas da cera de vela têm que fazer um esforço para ficar acordado.
As cenas de sexo do filme são bastante gráfica, mas prejudicadas pela atuação rançosa de Madonna e do ar de desagrado do filme como um todo, que se parece com um cobertor molhado, um pedaço de pão amanhecido. Até mesmo os entusiastas da cera de vela têm que fazer um esforço para ficar acordado.
7 - Kids (1995)
O fotógrafo Larry Clark iniciou sua carreira muitas vezes ignominiosa como diretor com esse olhar duro, mas fascinante em um grupo de adolescentes de Manhattan e a forma como eles lidavam com o sexo e drogas ocasionais no auge da epidemia de AIDS. Com um elenco até então incógnito (Chloe Sevigny e Rosario Dawson entre eles) e um estilo de filmagem documental, Clark coloca na tela uma geração de garotos e garotas que percebemos desconfortável para vida e difícil de assistir, mas que serve de referência para o que vemos hoje na realidade.
E, além do fato de que você estará assistindo atores que acabaram de sair da infância, o sexo é preocupante por causa da absoluta ausência de conexão emocional dos personagens. Alguns dos filmes posteriores de Clarck como Ken Park de 2002, foram ainda mais explícitos no manuseio do sexo adolescente, formando uma sombra infeliz por trás do seu debut.
8 - Showgirls (1995)
A montagem anti-clássica, Showgirls foi um desastre, que deixou a carreira do diretor Paul Verhoeven, o roteiristas Joe Eszterhas e a estrela Elizabeth Berkley em completa desordem, ao mesmo tempo que se tornou a maior bilheteria entre filmes NC-l7 (classificação para maiores de 17 anos, nos Estados Unidos), de Hollywood (relativamente falando, ainda era uma droga, embora tenha sido um imenso sucesso em homevideo).
Pior, a maioria dos instintos over-the-top de Verhoeven são dados gratuitamente aqui, enquanto todos os atores do elenco transforma-se no que deve ser ser uma carreira low. Quanto ao sexo... dê uma olhada na cena ridícula de sexo na piscina, entre Berkeley e Kyle MacLachlan para ver uma das piores coisas já produzidas.
9 - Crash (1996)
Sexo sempre desempenhou um papel crucial em muitos dos filmes do diretor David Cronenberg, geralmente misturado (nos seus primeiros dias), com algum vírus de alteração da carne. Crash descarta o último em favor de algo um tanto mais corajoso e mais inquietante: a psicologia das pessoas que precisam de acidentes de carro e suas lesões resultantes para desperta-las sexualmente.
Controverso quando do seu lançamento - assim como o romance original de JG Ballard foi - Crash se beneficia do olhar clinico de Cronenberg como cineasta: os personagens (James Spader e Holy Hunter entre eles) parecem ligados em membros esmagados e vaginas feridas, mas não são.
10 - Shame (2011)
Um poderoso desempenho do grande Micharl Fassbender, que está no coração do retrato sem piscar de Steve McQuenn de um homem nas garras do vicio sexual. Nem todos os filmes nesta lista são especialmente grande, mas este é. Os desejos incontroláveis e a profunda humilhação do personagem estão escritos no rosto de Fassbender, enquanto que seu relacionamento com a irmã perturbada (Carey Mulligan) é complexo e talvez repugnante.
É um filme de pessoas profundamente perturbada, profundamente feridas, e o sexo abundante no filme é um ato maquinal despojado de todo prazer e intimidade. O rosto de Fassbender chegando ao orgasmos em três vezes no filme já diz tudo.
11 - The Canyons
Muito divulgado por causa da sua produção conturbada e a presença da estrela Lindsay Lohan, a produção amadora limítrofe de Paul Schrader é sobre jovens entediados F****** em torno e literalmente, de Hollywood. Estrelando ao lado de Lohan está, na vida real um ator porno James Deen, cuja a incapacidade de fazer alguma atuação real é acompanhada apenas por sua falta total de química com Lohan.
O sexo é tão frio quanto pizza de ontem a noite e só os fãs mais obsessivos vão obter alguma carga de erotismo ao olhar para Lohan, que apesar de tudo, atua com algo que lhe redime. Mas Canyons ainda é como um vale montanhoso sem picos.
Mais sobre The Canyons no nosso comentário
12 - Nynphomaniac
O encrenqueiro dinamarquês Lars Von Trier tem sempre retratado o sexo em seus filmes como um ato de agressão se não de guerra aberta, e ele atirou-se completamente no campo de batalha com esta exploração em duas partes de uma mulher (a valente Charlotte Gainsbourg), que viveu uma vida de abandono sexual que deixou a ela e outras pessoas envolvidas com ela emocionalmente danificadas
50 Tons de Cinza está no cinema, mas é impossível que você não tenha tomado conhecimento disso.
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