"A vida não é um jogo de xadrez. Ninguém deveria ser usado como peão" - Finch
Esse episódio deu-nos tudo,e depois levou tudo embora, cercado de bom humor com consequências dramáticas e chocantes. Perdoe-me se alguém aqui estivar acompanhado a série, mas eu não vou me furtar de dar muito spoilers, não teria sentido para min escrever sobre esse episódio se não o fizesse. Então, estejam avisados. E ele foi de longe o melhor de todos,carregado de coisas que agradam qualquer fã, como os insigths sobre como a inteligência artificial pode experimentar a realidade, e uma tragedia de desintegrar coração. Eu ainda estou em choque.
Ele faz parte de uma trilogia de episódios (este é o segundo) em que a nossa equipe da "The Machine" entra em conflito direto com agora onipresente "Samaritano" e sua equipe de ninjas. Desta vez, Samaritano decidiu irritar a Machine, destruindo o mercado de ações. O que leva ao caos e insanidade entre os seres humanos, é claro - e permite a superusuária dizer a frase imortal: "Estamos indo salvar o mercado mundial". Porque não importa o que eles pensem sobre os males que corporações e bancos podem causar eventualmente na ordem das coisas, ela e Finch não podem negar que desestabilizar o mercado de ações norte-americano poderia desencadear guerras, fomes e o pior.
A coisa toda é uma armadilha desde o seu início, mas os impulsos éticos da equipe da Machine dominam sua cautela. Para parar o crash do mercado, eles precisam carregar um programa diretamente nos servidores do Samaritano. Shaw é requisitada para a missão de ir ao encontro do cara que tem uma senha de acesso a sala onde se encontram os servidores e consegui-la, enquanto Finch, Reese , Fusco e a Superusuária (Root) esgueiram-se para dentro do prédio. Logo que a Machine sequestra o sistema de vigilância eles são cercados por um zilhão de ninjas samaritanos com grande poder de fogo.
É quando o tempo para, ou melhor, é quando nos aprofundamos no ponto de vista da maquina como nunca foi feito antes. É quando Root pede uma mãozinha - "um pouco de ajuda, por favor". É quando vemos como uma poderosa IA gastar seus valiosos microssegundos avaliando possíveis resultados dos próximos passos da equipe. Em primeiro lugar, não está claro que estes são uma simulação de cenários possíveis, e nós assistimos chocados como Finch, e depois Reese, são mortos a tiro. Em seguida, a maquina recupera a memória desde o inicio de sua vida, quando Finch foi ensiná-la a jogar xadrez. É quando a Maquina "entende" a primeira vez as implicações envolvida no ato de jogar fora diferentes cenários em sua "mente" extremamente rápida em primeiro lugar, antes de agir.
Cada interação de cenário tem o seu próprio sabor. Vemos a bravura, a futilidade, Root flertando com Shaw, um beijo aleatório entre Fusco e Root, (Por que não? Estamos numa simulação, não é mesmo?- Explica Fusco), e até mesmo um pouco de delicioso humor pra quebrar a intensidade dramática da situação. Há uma grande parte do momento em a Maquina precisa acelerar o seu modelo de modo que o dialogo é reduzido a comentários graciosos e respostas que beiram a hostilidade.
Depois de milhões de nanosegundos a Maquina chega a uma decisão. Mas não sem antes lembrar que Finch a advertiu contra a ver a vida como um jogo de xadrez. "As pessoas que tratam a vida como um jogo de xadrez mereciam perder", diz Finch, expressando minhas convicções latentes sobre pessoas que obsessivamente citam a Teoria dos Jogos para explicar tudo, do conflito ao romance. A vida não é apenas um jogo e tudo que está vivo é tão valioso quanto o outro em sua individualidade. Ninguém deve ser usado como peão, diz Finch à Maquina.
Com esse substrato ético subjacente à sua tomada de decisão, a Maquina finalmente transmite um curso de ação para Root. Ao contrario de muitos dos cenários modelados, esse plano envolve toda a equipe. Primeiro eles vão subir o programa para hackear o sistema, em seguida escaparão por um elevador de serviço também providencialmente hackeado. A Maquina calcula que a equipe tem menos de 3% de chances de sobreviver, mas essa são as melhores chances que eles tem.
Shaw consegue obter o código que garante a entrada do grupo na sala de servidores, mas não menos fácil. Ela tem que lidar antes com um cara com um colete de bombas que ameaça detonar o metrô e também esta envolvido nos modelos simulados pela Maquina. O cara esta preste a cometer o ato louco o faz porque deseja vingar-se do sistema por ter perdido todas as sua economias no crash. Shaw ajudar o cara a se sentir simpático com todos que estão no vagão, explicando que todos eles estão na mesma situação. A solução para a violência e o caos, Shaw descobre, é criar um sentimento de solidariedade. Agora que o homem percebe que não está sozinho. É hora de desarmar a bomba.
Da mesma forma, os membros da equipe da Maquina não estão sozinhos. Mesmo que eles estejam sob ataque de forças muitos mais poderosas do que eles mesmos, eles conseguem salvar o mercado e seguir até o elevador com ferimentos leves. Reese é atingido por um tiro e fica de fora, ainda que não tenha sido fatal. Na hora mais crítica Shaw chega para ajudar. Infelizmente mesmo com o discurso ético do começo ela vai ser a peça de sacrifício que liberar um botão para acionar o elevador e salvar a todos ao custo de sua vida.
Root tenta parar Shaw, e nossa ninja sociopata entende que só uma coisa ira parar Root de tentar impedi-la. Então Shaw da em Root um intenso e apaixonado beijo e lança o elevador. Ela morre como uma heroína em uma intensa troca de tiros, os olhos treinados nos campos Valhalla seguem as portas do elevador se fechando no rosto gritante de Root.
Foi o final perfeito para a nossa amada Shaw, e deve ter sido um momento agridoce para os produtores da série, que sabiam que não poderiam escrever um papel de gravida para manter a atriz Sarah Shahi no elenco
Muito bem feito
Fomos profundamente na "mente" da Maquina, e mais profundamente nas entranhas da sua equipe, e perdemos Shaw. Mas ganhamos uma compreensão maior do que essa série pensa sobre as decisões éticas. A lógica dos jogos só pode lhe levar até certo ponto. Para além disso, você tem que confiar na comunidade, no grupo - isso é algo que não pode ser quantificado. Só pode ser vivido
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar no 01Pd! Seja bem vindo e volte sempre!