Ninguém vê o menino entrar no apartamento, mas de repente lá está ele, um estranho na sala em uma festa de aniversario da família. "Eu sou Sean", diz ele. Sean é o nome do marido de Anna, que morreu há 10 anos. O nome do menino é Sean, mas não é isso quer dizer. O que ele quer dizer é que ele é Sean e que, quando Sean morreu enquanto corria no Central Park, ele renasceu e agora aqui está ele com 10 anos.
Uma vez que as duas primeiras cenas de Birth mostram a vida e o nascimento, estamos preparados para o que virá. O que não se espera de uma produção com esse tema em Hollywood é que ele trate os adultos céticos com uma certa inteligência. Eles (os personagens) não acreditam em reencarnação. Nem o Sean original; o filme abre com uma tela escura e o ouvimos em seu discurso: "Como um homem de ciência eu simplesmente não acredito em patranhas".
Reencarnação, que mais apropriadamente poderia ter a tradução literal de "Nascimento", é um thriller eficaz principalmente porque é fiel à forma como as pessoas "sofisticadas" podem se comportar nesta situação. Seus personagens não são criaturas crédulas, emocionais e que vão rapidamente às lagrimas. Eles são realistas, ricos e um pouco entediados. No inicio, eles simplesmente riem do menino (Cameron Brigth). Mesmo quando ele parece saber as coisas que só o seu marido saberia, Anna (Nicole Kidman) e lenta para se permitir convencida. Ela adorava Sean e lamentou sua morte por um longo tempo, mas depois de 10 anos, é hora de retomar a sua vida, e ela acaba de anunciar seu noivado com Joseph (Danny Huston).
Anna vive com a mãe, Eleanor (Lauren Bacall), em um luxuosos duplex em Manhattan. A família inclui sua irmã, Laura (Alison Elliott), seu irmão advogado, Bob (Arliss Howard), e seus amigos próximos, Clara (Anne Heche) e Clifforf (Peter Stormore). Uma vez que todos eles estão presentes quando Sean aparece pela primeira vez, todos eles estarão envolvidos no dilema de o que fazer com ele. Os pais pedem para Sean não perturbar Anne com aquilo, mas ele não para mesmo diante do pedido e segue com seu objetivo, solene e sem piscar, uma combinação perturbadora de uma criança com uma presença soberana. Quando Anna diz simplesmente que não acredita nele, ele diz: "O que você acha de Bob me fazer algumas perguntas em particular? "Bob é seu irmão, ele é um homem da lei e você confia nele". Bob lhe faz umas perguntas em um quarto, apenas os dois, e grava tudo. Quando o resto da família e os amigos ouvem as respostas gravadas, eles percebem que algo extremamente estranho está acontecendo.
Anna se convence, no inicio com relutância, que Sean é realmente seu marido reencarnado. E ela chega a esse convencimento, durante uma das cenas mais bem construídas do filme, na minha opinião: Um close no seu belo e perturbado rosto por longos três minutos, durante uma ópera. E, em seguida, uma construção de cenas para a área delicada de como exatamente uma mulher de 30 vai lidar com um menino de 10 idade, que é, ou foi, ou será novamente seu marido. Em uma cena mordazmente engraçada, enquanto ambos tomam um sorvete, Anna lhe pergunta como eles vão viver, e ele diz: "Eu vou conseguir um emprego." E, "Alguma vez fez você fez sexo com uma garota?". "Bem, sim e não. Sim como Sean um, e não como Sean dois"; um dos mistérios do filme é que Sean parece ser, simultaneamente, o marido morto e um menino real.
Muito foi dito, a época, sobre a cena em que Sean corajosamente entra na banheira com Anne, ambos estão nus, mas o filme lida com a cena com tanto cuidado e tato que evita a polemizar. A mãe de Anna, por sua vez, acha que toda essa situação é um absurdo perigoso e pode torna-se um crime. Bacall faz uma Eleanor azeda e decidida. Quando o noivo Joseph percebe que Anna considera viver com Sean como marido, ele diz: "Eu vou chamar sua mãe e sua mãe vai chamar a policia. O noivo de Anna é uma carta selvagem, reagindo primeiro com incredulidade e depois com moderação, antes de...
Claro que há muito mais coisas se passando que eu não descrevo aqui, para não estragar a beleza de quem ainda não assistiu, incluindo o papel de Clara, a melhor amiga de Anna. O filme vai fundo e, em seguida toma um rumo, e deixa-nos a fazer as perguntas fundamentais em uma situação absurda e ao mesmo tempo delicada como essa. Parece haver duas explicações possíveis, para se saber finalmente o que acontece, mas nenhuma delas é compatível com todos os fatos. Há um momento em que os personagens parecem satisfeito de terem chegado a verdade, mas não era a verdade suficiente para min
Birth é obscuro, é um filme de linhagem assombrosa, mas contido, com lotes de tambores e violinos sintros pontuados por Alexandre Desplat, o responsável pela musica da película. A cinematografia de Harris Savide, evita surpresas e truques e usa o mesmo tipo de olhar no nível do que Sean vê. Ecos de o Bebê de Rosemary são inevitáveis, dada a semelhança das locações no apartamento e do corte de cabelo de Kidman, que é de modo semelhante ao que Mia Farrow usou para compor o seu personagem. Mas Birth é menos sensacionalista e mais ameaçador e também mais intrigante, por que ao invés de ir para as emoções rápidas, ele explora o que realmente poderia acontecer se um garoto de 10 anos virasse para você e dissesse o que Sean diz. Porque é sobre adultos que agem como adultos, como céticos e desconfiados que são. É tudo amavelmente arrepiante, especialmente com um Cameron Brigth eficaz como um Sean irrefletivel e de tom ameaçador. Como o melhor trabalho de M. Night Shyamalan, Birth funciona com menos ação do que com implicação.
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