O PASSEIO DE TREM MAIS EMOCIONANTE DO CINEMA
Baseado na Graphic Novel francesa "Le Transpeceneige", Snowpiercer, por aqui, O Trem do Amanhã, começa em um futuro extremamente não muito distante com a humanidade se lançando na última tentativa para parar o aquecimento global definitivamente. O plano dá muito errado e o mundo mergulha espetacularmente numa nova era glacial que extingue todas as formas de vida existente. Felizmente antes de tudo isso acontecer, o rico industrial Wilford, construiu um trem luxuoso de alta velocidade que pode circundar o globo sem parar e sem sofrer os efeitos do tempo lá fora. Agora, os últimos remanescentes da humanidade, encontram-se morando no trem. O conforto para os ricos nos vagões da frente e a massa de pobres oprimidos no resto dos vagões apertados e obrigados a subsistir com barras de proteínas feitas a partir de ... bem, não pergunte o que vai para as tais barras de proteínas.
A primeira vista a premissa de Snowpiercer soa meia bizarra. Uma era do gelo, e os últimos humanos sobreviventes habitando um enorme trem que faz círculos sem parar em volta da terra e não há uma luta de classe dentro dele. E sim, o filme é um absurdo. Na melhor maneira absoluta. A maioria dos futuros distópicos são uma especie de absurdo, para ser honesto. Mas as melhores distopias absurdas são as que A) revelam algo sobre o mundo em que vivemos hoje e B) configuram uma grande história sobre pessoas reais em uma situação impossível. E julgado por esses parâmetros, Snowpiercer é uma grande distopia.
A primeira vista a premissa de Snowpiercer soa meia bizarra. Uma era do gelo, e os últimos humanos sobreviventes habitando um enorme trem que faz círculos sem parar em volta da terra e não há uma luta de classe dentro dele. E sim, o filme é um absurdo. Na melhor maneira absoluta. A maioria dos futuros distópicos são uma especie de absurdo, para ser honesto. Mas as melhores distopias absurdas são as que A) revelam algo sobre o mundo em que vivemos hoje e B) configuram uma grande história sobre pessoas reais em uma situação impossível. E julgado por esses parâmetros, Snowpiercer é uma grande distopia.
Ele tem algumas das cenas de luta mais brutais e sangrentas que eu já vi que ainda parecem de uma especie encantadora. E ele apresenta ainda Tilda Swinton, John Hurt e Chris Evans dando algumas de suas melhores performances. Estas coisas se somam para torna-lo um filme imperdível.
A frente do trem, nos primeiros e luxuosos vagões, vão os ricos vivendo em grande estilo com boa comida, festas e outras coisas. Na parte traseira, que é basicamente uma terceira classe, onde as pessoas são amontoadas em porões de cargas e comendo as revoltantes barras de proteínas. Chris Evans interpreta Curtis, um cara que sonha em deflagrar uma revolução a assumir a frente do trem com a ajuda do personagem de Hurth, Gilliam.
A representação das diferenças de classe neste filme é uma das coisas mais mão pesada que eu já vi. As pessoas pobres no trem não são apenas oprimidas como o esperado - são abusadas e exploradas das fomas mais hediondas possíveis. Quando as pessoas ricas precisam de um violonista para tocar para seus filhos, ela basicamente sequestram um da cauda do trem e se alguém reclamar sobre isso a sola come indiscriminadamente. Eu uma das primeiras cenas, horríveis diga-se de passagem, o personagem de Tilda Swinton, oferece um longo e tedioso discurso sobre os benefícios da ordem social (benefícios para os ricos é claro!) enquanto oferece sofrimentos que fariam o mundo de Game of Throne um melhor lugar para se viver se você fosse um pobre miserável.
Na verdade, a representação extremamente exagerada do conflito de classe torna-se quase satírica, mas enquanto isso se processa, o personagem de Swinton transforma-se em um retrato perfeito de um funcionário publico sádico que lhe despertará pena mais tarde, quando os ventos das mudanças soprarem pelo vagões. O personagem de Swinton é ao mesmo tempo muito exagerada e é instantaneamente reconhecível como uma pessoal real, e ela injeta uma vulnerabilidade em seu desempenho, que é ao mesmo tempo hilária e incrivelmente triste. Você que odiá-la, mas não pode. Há um sentimento de polemica nesse filme que não pode ser evitado
Enquanto isso, esse filme é tão rico em camadas de metáforas, que você pode gastar mais do seu tempo depois de vê-lo na tarefa de separá-las. O trem é um meio de transporte que não sai do lugar. É o mundo, mas é também uma prisão, e um calendário, porque leva exatamente um ano para viajar em redor do mundo. Com isso ele em si mesmo é o próprio tempo, um marco. É uma maquina, e é também um personagem do filme. E é uma cobra comendo o próprio rabo, ilustrando perfeitamente a circularidade da realidade.
No meio de toda violência brutal do filme, há momentos de estranheza e beleza que o tornam muito mais difícil de extrair uma mensagem simples da história da luta de classe que se processa. Todo mundo faz uma pausa no meio da matança para desejar um feliz anos novo uns aos outros, para depois retomar a chacina. Os bandidos fascistas pausam para abater um grande peixe na frente dos rebeldes. Mais tarde, os rebeldes visitam um aquário bonito enquanto se deliciam com sushi. Existe na narrativa um imaginário estranho e uma estranheza subversiva infinitamente fascinante. Contudo, os que forem assisti-lo esperando algo de um Jogos Vorazes sobre rodas, ou melhor, sobre trilhos, vai ser agradavelmente (e preocupantemente) surpreendido pela estranheza e insanidade.
Sem entrar no território do Spoiler pesado, até o final do filme a metáfora "luta de classes" terá obtido um par de complicações que inviabilizam (por assim dizer) a noção de que esta é uma história simples sobre pessoas pobres que tomam o seu pedaço do bolo. Mesmo no inicio do filme, sente-se que é inútil para os últimos sobreviventes da humanidade matar uns aos outros para ver quem consegue chegar mais perto da frente do trem do qual ninguém pode escapar. Em nenhum momento deste filme sua mensagem se torna sutil, mas também não recebe nada que a esclareça até o seu final.
E como Curtis e seus combatentes da liberdade se movem lentamente da parte traseira para frente, o filme se move no mesmo ritmo da escuridão para a luz. A parte traseira do filme é escura, suja e não há janelas. O diretor e roteirista Joon-Ho Bong abre lentamente para fora, para a paisagem branca ofuscante do exterior, a medida que os combatentes abandonam os vagões onde eles são a própria carga, e entretanto os vagões a frente são mais e mais cada vez brilhante. Ao final, Curtis se encontra em um interior branco olhando para um exterior igualmente branco.
E enquanto isso. Bong vai criando cenas estilizadas de violência e angustia que nos faz sentir como se tudo se movesse em um tabuleiro com peças cuidadosamente colocadas. Ele não usa câmera lenta ou CG, nem usa a luz apenas para iluminar a carranca de Evans. Cria enquadramento de ações que se percebe como janelas de quadrinhos em seu próprio direito. Robert Rodriguez e Zack Snyder matariam para criar ação desse tipo, que se parece com uma brilhante graphic novel
Do ponto de vista visual, Snowpiercer nunca é menos que impressionante, pois proporciona imagens emocionantes que vão desde a paisagem desolada do lado de fora (completada ocasionalmente por um corpo congelado em meio a um passo) a um grande aquário que só é superado em beleza pela sua implausibilidade. Bong também vem com uma série de sequencias de ação inventivamente encenadas, a mais memorável das quais se incluem uma olhada em primeira pessoa de um combate selvagem em um carro completamente escuro como visto através de um óculos de visão noturna e uma visita a uma sala de aula dirigida por uma professora (Alison Pill), com um plano de aula inesperado. Do ponto de vista dramático, o filme é igualmente eficaz na maneira que ele inclui as emoções esperadas e o humor esquisito, mas também alguns momentos dramáticos que nos afetam de uma maneira que não esperamos. Há um momento em um personagem comenta que por causa das condições do trem: "Eu sei que as pessoas gostam mais de bebés porque eles tem um gosto melhor." Soa como uma piada de mau gosto, mas é entregue em uma linha seria, e também por que nos preocupamos com quem esta dizendo isso. acaba por seu um momento inesperadamente poderoso do drama humano em meio ao caos. Da mesma forma a sequencia final do filme é impressionante na maneira que ele sugere triunfo e potencial terror ao mesmo tempo.
Como distopia, Snowpiercer viaja para algum território realmente fascinante ao examinar nossa miopia da vida real. E na viagem de Curtis das trevas à luz, Bong cria um estudo de personagem memorável, bem como uma grande história humana de enfrentamento impensável contra a opressão claustrofóbica. Portanto, este filme mais do que cumpre os objetivos de uma grande distopia.
Se você gosta de filme de ação bonito, louco e um pouco de assombro, então Snowpiercer é definitivamente um dos filmes mais importantes do ano.
A frente do trem, nos primeiros e luxuosos vagões, vão os ricos vivendo em grande estilo com boa comida, festas e outras coisas. Na parte traseira, que é basicamente uma terceira classe, onde as pessoas são amontoadas em porões de cargas e comendo as revoltantes barras de proteínas. Chris Evans interpreta Curtis, um cara que sonha em deflagrar uma revolução a assumir a frente do trem com a ajuda do personagem de Hurth, Gilliam.
A representação das diferenças de classe neste filme é uma das coisas mais mão pesada que eu já vi. As pessoas pobres no trem não são apenas oprimidas como o esperado - são abusadas e exploradas das fomas mais hediondas possíveis. Quando as pessoas ricas precisam de um violonista para tocar para seus filhos, ela basicamente sequestram um da cauda do trem e se alguém reclamar sobre isso a sola come indiscriminadamente. Eu uma das primeiras cenas, horríveis diga-se de passagem, o personagem de Tilda Swinton, oferece um longo e tedioso discurso sobre os benefícios da ordem social (benefícios para os ricos é claro!) enquanto oferece sofrimentos que fariam o mundo de Game of Throne um melhor lugar para se viver se você fosse um pobre miserável.
Na verdade, a representação extremamente exagerada do conflito de classe torna-se quase satírica, mas enquanto isso se processa, o personagem de Swinton transforma-se em um retrato perfeito de um funcionário publico sádico que lhe despertará pena mais tarde, quando os ventos das mudanças soprarem pelo vagões. O personagem de Swinton é ao mesmo tempo muito exagerada e é instantaneamente reconhecível como uma pessoal real, e ela injeta uma vulnerabilidade em seu desempenho, que é ao mesmo tempo hilária e incrivelmente triste. Você que odiá-la, mas não pode. Há um sentimento de polemica nesse filme que não pode ser evitado
Enquanto isso, esse filme é tão rico em camadas de metáforas, que você pode gastar mais do seu tempo depois de vê-lo na tarefa de separá-las. O trem é um meio de transporte que não sai do lugar. É o mundo, mas é também uma prisão, e um calendário, porque leva exatamente um ano para viajar em redor do mundo. Com isso ele em si mesmo é o próprio tempo, um marco. É uma maquina, e é também um personagem do filme. E é uma cobra comendo o próprio rabo, ilustrando perfeitamente a circularidade da realidade.
No meio de toda violência brutal do filme, há momentos de estranheza e beleza que o tornam muito mais difícil de extrair uma mensagem simples da história da luta de classe que se processa. Todo mundo faz uma pausa no meio da matança para desejar um feliz anos novo uns aos outros, para depois retomar a chacina. Os bandidos fascistas pausam para abater um grande peixe na frente dos rebeldes. Mais tarde, os rebeldes visitam um aquário bonito enquanto se deliciam com sushi. Existe na narrativa um imaginário estranho e uma estranheza subversiva infinitamente fascinante. Contudo, os que forem assisti-lo esperando algo de um Jogos Vorazes sobre rodas, ou melhor, sobre trilhos, vai ser agradavelmente (e preocupantemente) surpreendido pela estranheza e insanidade.
Sem entrar no território do Spoiler pesado, até o final do filme a metáfora "luta de classes" terá obtido um par de complicações que inviabilizam (por assim dizer) a noção de que esta é uma história simples sobre pessoas pobres que tomam o seu pedaço do bolo. Mesmo no inicio do filme, sente-se que é inútil para os últimos sobreviventes da humanidade matar uns aos outros para ver quem consegue chegar mais perto da frente do trem do qual ninguém pode escapar. Em nenhum momento deste filme sua mensagem se torna sutil, mas também não recebe nada que a esclareça até o seu final.
E como Curtis e seus combatentes da liberdade se movem lentamente da parte traseira para frente, o filme se move no mesmo ritmo da escuridão para a luz. A parte traseira do filme é escura, suja e não há janelas. O diretor e roteirista Joon-Ho Bong abre lentamente para fora, para a paisagem branca ofuscante do exterior, a medida que os combatentes abandonam os vagões onde eles são a própria carga, e entretanto os vagões a frente são mais e mais cada vez brilhante. Ao final, Curtis se encontra em um interior branco olhando para um exterior igualmente branco.
E enquanto isso. Bong vai criando cenas estilizadas de violência e angustia que nos faz sentir como se tudo se movesse em um tabuleiro com peças cuidadosamente colocadas. Ele não usa câmera lenta ou CG, nem usa a luz apenas para iluminar a carranca de Evans. Cria enquadramento de ações que se percebe como janelas de quadrinhos em seu próprio direito. Robert Rodriguez e Zack Snyder matariam para criar ação desse tipo, que se parece com uma brilhante graphic novel
Do ponto de vista visual, Snowpiercer nunca é menos que impressionante, pois proporciona imagens emocionantes que vão desde a paisagem desolada do lado de fora (completada ocasionalmente por um corpo congelado em meio a um passo) a um grande aquário que só é superado em beleza pela sua implausibilidade. Bong também vem com uma série de sequencias de ação inventivamente encenadas, a mais memorável das quais se incluem uma olhada em primeira pessoa de um combate selvagem em um carro completamente escuro como visto através de um óculos de visão noturna e uma visita a uma sala de aula dirigida por uma professora (Alison Pill), com um plano de aula inesperado. Do ponto de vista dramático, o filme é igualmente eficaz na maneira que ele inclui as emoções esperadas e o humor esquisito, mas também alguns momentos dramáticos que nos afetam de uma maneira que não esperamos. Há um momento em um personagem comenta que por causa das condições do trem: "Eu sei que as pessoas gostam mais de bebés porque eles tem um gosto melhor." Soa como uma piada de mau gosto, mas é entregue em uma linha seria, e também por que nos preocupamos com quem esta dizendo isso. acaba por seu um momento inesperadamente poderoso do drama humano em meio ao caos. Da mesma forma a sequencia final do filme é impressionante na maneira que ele sugere triunfo e potencial terror ao mesmo tempo.
Como distopia, Snowpiercer viaja para algum território realmente fascinante ao examinar nossa miopia da vida real. E na viagem de Curtis das trevas à luz, Bong cria um estudo de personagem memorável, bem como uma grande história humana de enfrentamento impensável contra a opressão claustrofóbica. Portanto, este filme mais do que cumpre os objetivos de uma grande distopia.
Se você gosta de filme de ação bonito, louco e um pouco de assombro, então Snowpiercer é definitivamente um dos filmes mais importantes do ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar no 01Pd! Seja bem vindo e volte sempre!