Dia 281.
Blues é paixão, tristeza e solidão. É saber sentir pena de
si mesmo, é poder curtir uma fossa, mergulhar na saudade, refletir sobre as
injustiças e as ironias da vida de maneira tal que qualquer problema que não
seja relacionado ao amor pode ser jogado fora e esquecido.
E então temos Gary Moore e seu disco de 2006, “Old New
Ballads Blues”. Música feita com virilidade, com agressividade, guitarra
violenta – virulenta -, bateria marcante e pesada, baixo sussurrado marcando o
ritmo... Blues de velha escola, que bebe do Rock com sede e sem vergonha.
Blues para uma noite tempestuosa. Paixão, medo, dor e perda:
não há sorrisos nem desculpas. Só há a necessidade de externar o sofrimento
através da música.
Um disco sombrio e maduro, feito com muita vontade pelo
mestre Moore – que nos deixou em 2011. Sua voz, que combinava perfeitamente com
o Rock e com o Blues, encanta pela versatilidade: hora grita rouco, hora
sussurra suave. A música sobe e desce de acordo com os humores do ouvinte, que
salta de um estado mais excitado para um mais tranquilo a cada faixa.
Há muito amor aqui. Não há Blues sem amor e sem tristeza. E
não há finais felizes nas histórias cantadas por Gary: apenas há a constatação
de que, no jogo das paixões, somos meras vítimas.
Um disco perfeito deste artista que hoje faz tanta falta.
Senhoras e senhores, que todos tenham uma boa semana.
Abraços deste que vos escreve.
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