domingo, julho 14, 2013

Mark Lanegan - Bubblegum, 2004

Dia 195 Felipe Pereira 181

E ai, pessoas? Felipe de volta, como cês tão?

Mark Lanegan é um sujeito rodado. Já teve banda própria, uma tal de Screaming Trees, já tapou buraco em banda alheia, no Queens of Stone Age, já fez participação em todo tipo de banda que se puder imaginar... Apesar disso tudo, o cara é meio sombrio, pouco conhecido, pouco comentado...
Não diria que é uma injustiça, o estilo dele não é do tipo que faz barulho pra caramba, não é algo extremamente comercial. A sensação que se tem ao ouvir um disco dele é a de que ele faz daquele trabalho o que bem entender, mistura gêneros ao bel prazer, sem ter a necessidade de vender milhões de cópias ou de ganhar vários prêmios.
O disco Bubblegum, de 2004, é exatamente isso. Uma irregularidade de gêneros que vai do rock industrial ao fundo do poço dramático sem nenhuma sutileza. Aliás, sutileza é a última coisa que se deve esperar de Mark Lanegan.
O cara é meio ogro, feio pra cacete (parece que levou um tiro de espingarda na cara e sobreviveu pra acender mais um cigarro e tomar mais uma dose de uísque), não mede palavras, não tem medo de soar sujo ou agressivo demais, ou até meloso quando um sentimento mais romântico é requerido...
O grande diferencial de Lanegan é a voz cavernosa, grave e rouca, meio abusada, meio irritada, parece que o cara a qualquer momento vai parar de cantar e começar a gritar com você e te dar uns tapas.

Desse disco eu destaco fácil, fácil as mais pesadas e agressivas Hit The City, Head, Metanphetamine Blues, Death Valley e as belíssimas Like Little Willie John, Come To Me e Strange Religion.
Todas as outras são excelentes, mas essas em questão são espetaculares.

Disco irregular, intimista, pesado e abusado. Não é feito pra se ouvir habitualmente, só naquelas ocasiões em que você está puto da vida com o mundo, mas sem forças pra descer a porrada na cara da vida, aquela vadia.

Bonus Track? Não deixe de ouvir a fantástica parceria do Lanegan e do Unkle, a linda Another Night Out. Música de rito de passagem! Não tem nada a ver com esse disco, mas vale a referência.

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