terça-feira, julho 23, 2013

Lioness: Hidden Treasures - Amy Winehouse, ou: A Song For You

Dia 204. Michel 182.

Amy Winehouse é uma diva sem igual. Em sua vida e morte, uma sequência de sucessos e tragédias na mesma intensa medida, transformando-a em vilã e heroína de sua própria história.


Dona de uma voz rouca e potente, de estilo irreverente e definitivamente apaixonada pelo jazz, pelo soul e pela estética musical das décadas de 1950 e 1960, Amy tinha originalidade de cantava com um misto de amor e desinteresse tão grande que era impossível ficar impassível diante de seu talento.

Amy morreu no auge de seu sucesso, deixando-nos apenas dois discos de estúdio. "Lioness: Hidden Treasures" foi lançado em 2011 como uma compilação póstuma de músicas e demos que haviam sido gravadas antes de seu primeiro disco, "Frank". Claro que houve uma tentativa mercadológica de lucrar com a morte da diva, mas...


É um disco belíssimo, fresco, novo, original e bonito. Como grama orvalhada e terra orvalhada pela manhã, ou como ver a chuva se aproximando ao longe. A voz de Amy... te toma de dentro pra fora... é estranho e complicado explicar como essa mulher era capaz de mexer com os sentimentos de quem ouvia sua música. É incrível ver sua capacidade de misturar o antigo e o atual e dali extrair algo totalmente original e - por que não? - mágico.

"Lioness: Hidden Treasures" é apenas mais uma prova de que Amy Winehouse foi uma diva para a primeira década do século XXI, atraindo fãs e amantes da música a se dedicarem de corpo e alma à sua música, que era ao mesmo tempo transgressora e amorosa, destruidora e agregadora.

Destaques: "A Song For You", versão da música de Leon Russell - antes gravada pelos Carpenters e bastante conhecida na voz de Michael Bublé; "Our Day Will Come", versão reggae de um sucesso da década de 1960; "Between The Cheats", uma balada com estética dos anos 1960 - com direito a pianinho e coral; "Will You Still Love Me Tomorrow", versão do sucesso de 1960 de The Shirelles; "Valerie", versão cheia de mojo da música original do The Zutons (que por sinal ficou melhor que a original, embora esta seja muito boa); "Body And Soul", um dueto místico com Tony Bennett (você fica todo arrepiado pela beleza da música, e por perceber todo o poder da versatilidade de Amy).


Enfim, um disco que todo amante de música deve possuir. Um disco que todo fã de Amy Winehouse deve ouvir, para lembrar, para sentir, para não esquecer aquela voz que poderia ter tudo, mas que no fim conheceu apenas o fim.


Boa noite e boa semana.

P.S.: Ela merecia ter gravado um tema de 007 mais que qualquer outra cantora no mundo. Mas para isso temos Back To Black, a mais linda de todas, não é?


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