quinta-feira, julho 25, 2013

Home Again - Michael Kiwanuka, ou: Você já se surpreendeu hoje?

 Dia 206. Michel 184. 

Você já se surpreendeu hoje? Já olhou para algo que parecia simples, mas por baixo desta capa explodiu complexidade e profundidade?



Bom, eu já. E trago para vocês o motivo de minha agradável surpresa: Michael Kiwanuka. Para variar, inglês. Filho de ugandenses fugidos do regime de Idi Amin, desde cedo apreciou música de qualidade, tornando-se músico naturalmente.


E que músico. Bebe das fontes da música negra americana, do R&B, do soul, do jazz... inspira-se no trabalho de Bill Withers e de Otis Reding, entre outros - e consegue entregar um trabalho digno, bonito, redondo.

A riqueza da voz de Michael... sublime... baixa, meio contida, sussurrada - mas nunca limitada. Tanta expressão numa voz tão suave...

Os arranjos do disco são um primor. Impecáveis. Dá para sentir tantas texturas nas músicas... coros, cordas, metais... cada coisa em seu devido lugar, reforçando o talento de Kiwanuka de uma maneira pouco feita hoje em dia.


E o que é melhor? A despretensão do cara. Ele não quer ser pop star. Sua música é simples, lenta, compassada, agradável... como uma tarde de sábado à beira de um lago, com a cabeça apoiada sobre o colo daquela linda morena de sorriso solar...

Ah...

Fazia tempo. Fazia tempo desde que eu ouvia um disco assim, mergulhando fundo nas impressões, na beleza, nos detalhes... é como beber um bom vinho, ou um café de qualidade. É como correr na chuva, abraçar seus filhos e sentir-lhes o cheiro do cabelo. É como o primeiro beijo. É como amar.

Que lindo disco, caramba. Quanta profundidade atrás dessa simplicidade...

Vou dormir escutando este hoje.


Boa noite e até a próxima.

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