Dia 176. Michel 162.
Hans Zimmer conseguiu novamente. Uma trilha sonora épica para o "Homem de Aço". Deixa rolando o som enquanto lê o post, e cresce tua vontade de ver um dos melhores filmes do ano.
Krypton está morrendo - o planeta e seu povo, que outrora dominou um império que se espalhou universo afora. Agora, todos estão corrompidos e viciados por um modo de vida que depende da ciência acima de tudo, e onde as pessoas não têm liberdade de escolher quem querem ser - apenas seguindo a programação de acordo com o que herdaram em seus genes: guerreiro, cientista ou servos.
Jor-El, cientista chefe de Krypton, ousou, junto com sua esposa Lara, conceber um filho através de métodos naturais - de tal maneira que a criança que nascesse poderia escolher seu destino sem se preocupar com a predestinação. Ele seria livre, o primeiro kryptoniano livre em muitos séculos de história.
Com o planeta se aproximando de seu fim e sendo devastado por uma guerra dominada pelo temível General Zod, Jor-El e Lara têm apenas uma única escolha: enviar seu único filho rumo a um planeta distante, onde ele sobreviverá e terá os poderes de uma divindade - cabendo a ele decidir como vai viver: se ajudará os nativos deste planeta ou se os dominará.
Daqui para a frente é o filme, e eu deixarei isto para o Felipe. Eu falo da música do filme, da trilha sonora de 2013. Enfim nós tivemos o filme do Superman que todos esperávamos, e enfim tivemos alguém à altura de criar uma trilha tão perfeita e marcante quanto à de John Williams - sagrada seja a sua música.
Zimmer consegue dar ao filme um aspecto ora humano e ora alienígena. É assustador: orgânico e metálico ao mesmo tempo. Sentimo-nos divididos entre Krypton e a Terra, entre Kal-El e Clark Kent, entre Kal-El/Clark Kent e Zod. Passado e futuro, vida e morte - trançadas nas teias prateadas da música de Zimmer. É impossível não ser afetado pela música, por sua grandiosidade, por sua potência. Ela se insinua em você, com suas vibrações extraterrenas, seus zumbidos e reverberações. Você se sente pequeno, fraco e insignificante perante o poder dos kryptonianos.
É fascinante.
Como Zimmer conseguiu novamente? E após tantos acertos... a trilogia do Cavaleiro das Trevas, Inception, Piratas do Caribe, Sherlock Holmes, Crysis 2... de onde vem tanto talento, tanta empatia?
O filme e a trilha estão interligados em nível genético. É completamente impossível separá-los, assim como é impossível distinguir Clark Kent de Kal-El. São uma coisa só. Morte, vida, escolhas difíceis... a esperança que renasce após a destruição de tudo aquilo que amamos...
E podemos dizer que "O Homem de Aço" é sobre isso: esperança. Mas não aquela esperança batida, cansada, passiva: falo aqui daquela força que te faz seguir em frente não importa como, que não te deixa cair, que não te deixa se entregar nem ajoelhar perante as dificuldades. É sobre confiança - em si mesmo e nos outros. Mesmo que não mereçamos esta confiança. Mesmo que não queiramos confiar.
É sobre amor. É sobre família. É sobre escolher, e fazer o que é necessário - por mais sofrimento que isso possa te trazer.
Tudo isso em um filme/trilha sonora. Trabalho de Zack Snider, Christopher Nolan, Hans Zimmer, Henry Cavill e o restante do elenco, e de todos os que trabalharam para que pudéssemos ter a oportunidade de poder enxergar o Superman de nosso tempo - não mais um escoteiro, mas alguém que toma decisões difíceis e que sabe que terá de conviver com elas pelo resto de sua vida.
Podemos novamente olhar para os céus com esperança.
Eu chorei quase o filme inteiro, e vibrei com a pancadaria, e me apaixonei pela Lois, e vi meu pai e minha mãe nos Kent, e vi Clark/Kal-El no meu Nicholas e em minha Maria Julia.
O que você vai fazer quando não estiver salvando o mundo? Para o alto e avante.
Que possamos, cada um de nós, sermos nossos próprios heróis.
Hans Zimmer, seu filho da mãe: parabéns. Você conseguiu mais uma vez.
Michel, seu filho da mãe: parabéns. Você conseguiu mais uma vez.
ResponderExcluir