Dia 131 - Felipe Pereira 124
Iron Man 3 - 2013
Dir: Shane Black
Elenco: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Don Cheadle
O Assis Oliveira escreveu sobre Homem de Ferro 3 recentemente e o texto dele ficou bacana pacas, mas eu não podia deixar de escrever o meu. Na verdade eu nem ia, mas eu tinha que colocar isso aqui pra fora...
Eu fui ver Homem de Ferro 3 meio desanimado, só pra
cumprir tabela afinal vi todos os filmes anteriores do herói no cinema, e quase
todos da MARVEL (Exceto Hulk que só vi no cinema dia desses, não na época do
lançamento) na época em que foram lançados. E eu estava com uma expectativa
baixa mesmo, vi muita gente falando mal da terceira aventura do ferroso, uma
galera realmente revoltada fazendo umas comparações absurdas.
E lá estava eu, na sala 01 do pior cinema da região
metropolitana esperando para ver algo terrivelmente ruim quando, bum!
Homem de Ferro 3 não é só um bom filme, como é um forte
candidato a ser o melhor filme do herói e, depois de Vingadores, o melhor da MARVEL STUDIOS. Sem
exagero, é algo tão frenético e eletrizante que não dá tempo de ficar reparando
em coisinhas miúdas, errinhos bobos, a menos que você vá pro cinema decidido a
não gostar do bagulho. Você senta e vê um espetáculo de destruição e um desfile
de armaduras fantásticas no filme mais diferente e estiloso do herói.
Sabe aquele trailer deprimido e paradão? Esqueça! Aquilo
foi uma jogada de marketing genial bolada pra deixar o expectador curioso por
um filme pesado e realista, mas, quando a coisa realmente começa, você percebe
que foi tudo um truque e que nada realmente foi revelado na campanha de divulgação.
Na trama, tempos depois do ocorrido em Vingadores, o
mundo volta a ser ameaçado por um inimigo poderoso, porém totalmente humano, que
faz os EUA de refém e inicia uma série de ataques terroristas pelo mundo
fazendo centenas de vítimas, um inimigo chamado Mandarim (Ben Kingsley). Uma
das vítimas do Mandarim é Happy Hogan, amigo e segurança de Tony, que quase é
morto em um desses ataques terroristas, tornando as coisas entre o herói e o
vilão tão pessoais ao ponto de Tony ir a público chamar o sujeito para a briga.
É nesse ponto que as coisas se complicam porque o maníaco
homicida aceita o desafio e parte pra cima de Tony com tudo, tira dele tudo o
que ele tem e põe em risco a vida daqueles que ele ama, fazendo-o se afastar de
todos para protege-los da ameaça.
O efeito de Vingadores sobre Tony Stark não foi nada
positivo, causou danos graves ao cara, dificuldades para dormir, dificuldades
de socializar (mais ainda) e ataques de ansiedade. O que acontece aqui é que
Tony Stark descobre que é um ser humano feito de carne e osso e que, sem todo o
seu metal, ele pode ser apenas um playboy, bilionário e filantropo... E o
Mandarim ataca num momento em que o cara, ao seu modo, está totalmente frágil e
vulnerável, tira tudo o que ele tem e o deixa totalmente desprotegido.
Batman decretou que toda adaptação de herói deveria ser
sombria e realista e, com o fim da Era Nolan, isso meio que deu um tempo. Com a
estreia de vingadores, pelo menos para a MARVEL isso acabou de vez. Homem de Ferro 3 é o mais próximo
dos quadrinhos que uma adaptação já chegou, manda o realismo pro inferno, é
praticamente uma HQ mensal que você compra na comic shop. Convenhamos, o cara
já lutou contra alienígenas de outra dimensão ao lado de um deus andrógeno e de
um cara que cresce e fica verde, puxar a coisa pro realismo, nessas condições,
seria uma forçação de barra danada. Além do mais é preciso aceitar que no mesmo
universo vivem deuses e um sujeito que usa um escudo capaz de combater deuses.
Magia e ciência coexistem, então um vilão que cospe fogo é algo aceitável.
HdF³ é livremente baseado numa história chamada Extremis
na qual um grupo de cientistas desenvolve uma tecnologia que concede algumas
habilidades a seres humanos comuns, a altíssimos custos. Na HQ as pessoas
desenvolvem habilidades de certa forma semelhantes às do Homem de Ferro, o que
causa todo o conflito da história. Aqui, no filme, a galera ganha uns poderes
mais mirabolantes (quando dá certo), são capazes de incinerar coisas com as
mãos, reconstruir partes do próprio corpo, cuspir fogo... Quando não simplesmente
explodem e morrem de uma forma horrível.
E os vilões fazem uso dessa tecnologia para ameaçar o
presidente e atrair Tony para uma armadilha que pode lhe custar a vida e a
daqueles que ele ama.
E bora falar do Robert Downey Jr. Por que esse cara é
foda e você sabe que você é foda quando protagoniza um filme de herói e passa
mais de 70% dele sem colocar a armadura e ainda assim ele se chama Homem de
Ferro! Por que aqui o que importa é o homem por trás do capacete, o homem de
carne, osso e ego ferido, Tony Stark: a lenda!
O cara mal coloca o capacete, passa a história quase
inteira controlando as armaduras remotamente e destruindo todas aquelas que usa
de uma forma mais absurda que a outra, o tempo inteiro é a cara dele que a
gente vê, o pôster do filme é a cara dele e isso não é chato nem revoltante.
Se o Tobey Maguire fizesse um Homem-Aranha sem máscara o
tempo todo NINGUÉM assistiria, mas o Robert Downey Jr. é FODA, meu irmão.
A troca de diretores trouxe uma mudanças bacanas à
estrutura da trama, o novo diretor, Shane Black, fez algo menos linear que o
costumeiro, deu um clímax (aleluia) real ao filme e deu uma dose cavalar de
ação. Pela primeira vez o final empolga numa aventura solo do ferroso, pela
primeira vez o vilão não morre de uma forma patética.
Por falar em vilão, tá aqui um ponto certeiro por que o
criminoso que entra no caminho de Tony Stark é um dos mais casca grossa!
Há também uma boa quantidade de novos personagens aqui,
um elenco bastante seletoe competente. Bem Kingsley está excelente como
Mandarim, se divertindo pra caramba e, mesmo que algumas revelações tendam a
diminuir seu personagem, ele dá seu showzinho e dá a volta por cima (ou por
baixo). A personagem de Rebecca Hall, Maya Hansen, saída diretamente do arco
Extremis, não adiciona lá grandes coisas, mas que mulher linda, deus do céu... O
negócio foi tão longe que até ajudante mirim o Tony Stark ganhou e o negócio
não virou uma zona completa e ainda acabou rendendo umas cenas bem engraçadas. O
personagem Harley Keener surge como um sidekick de Tony, um pequeno gênio que
ele encontra convenientemente por acaso e que tem o mesmo papel aqui que o Gato
de Botas em Shrek (entendedores entenderão). E uma das cenas mais cretinas e cruéis
de Tony é com ele.
Coisa tipo:
-Meu pai foi embora...
-Ah, isso acontece direto, deixa de frescura, moleque.
Sensacional!
Importante mencionar que Shane Black roteirizou Máquina
Mortífera e que em certos momentos isso impregna o filme totalmente. Em certo
ponto o negócio meio que se torna Máquina Mortífera descaradamente, principalmente
nas cenas de interação de Tony com Rhodes (Don Cheadle), o Patriota de Ferro.
Outra coisa: uma comparação meio absurda que eu ouvi
sobre HdF³, um cara falou que o roteiro é igual ao de Os Incríveis da Pixar.
Ele tem razão... Até a música do final é igualzinha...
E isso é ótimo!
J
Se quer uma dica: vá ver HdF³ de coração leve, não preste
atenção ao mimimi e se divirta. Se divirta mesmo! Que é pra isso que esse filme
é feito. Se quiser ver algo profundo e com um roteiro incrível, eu recomendo A
Fonte da Vida, do Darren Aronofsky.
Sério.
-
Foi esse mesmo espirito com o qual fui ver o filme, por isso a minha critica foi positiva. Depois da sua creio que eu estava certo.
ResponderExcluirOu eu tô certo por concordar contigo :)
ExcluirAssino embaixo. HFIII é sim um bom filme. As críticas do Felipe Pereira e do Assis Oliveira se complementam de maneira muito bacana, dando uma panorâmica no filme e centrando nas qualidades do trabalho de Shane Black e Robert Downey Jr.
ResponderExcluirExcelentes críticas.