domingo, maio 19, 2013

BATMAN ARKHAM CITY - Game do mês - Por Assis Oliveira





Pode-se afirmar antes de tudo e como o mais importante de ARKHAM CITY é que com ele se solidificou um novo BATMAN. O Batman dos games. O Batman da ROCKSTEADY. Um Super-herói que por fim entende os games e se desenvolve com eles como se tivesse sido criado para este setor do entretenimento. O sonho de todo fã.

A Rocksteady pecou na coisa de fazer um monstro fácil, gigante vitaminado (ainda que tenha diluído esta formula em uma Unreal Engine a 70%) e de mecânica repetitiva, porem o faz com agilidade hipnótica em um mundo comic em que vale de tudo. Arkhan City em seu todo é como um daqueles chefes enormes de fim de fase de um game, é um Batman Arkhan Asylum ultra potenciado em que sua mecânica não nos surpreende como da primeira vez, mas está refinada por uma arte singular que consegue transmitir, originalidade criatividade e narrativa como poucos se atrevem. Esta é sua maior conquista para um titulo que dá seus primeiros passos para se converter em uma saga.

A essência é a mesma do hospital psiquiátrico de dois anos atrás, porem com a inclusão de zonas interconectadas por um setor que se explora livremente e que se cria aos olhos do nosso conhecido morcego como uma Sin City, é um pátio de recreação para ele, que como super-herói se sente a vontade e ágil ao comando do jogador. No caminho percebemos essa capacidade que tem em Arkhan City de criar uma topografia única (que quase lembra Metal Gerar Solid) em uma zona aberta, onde a distância mais curta entre dois pontos é uma linha reta formando uma caixa ainda com uma majestosa liberdade de ação, mas que lhe obriga a constantes consultas ao mapa. Aqui não se aplica a fórmula da Bethesda em que o caminho até seu objetivo se mostra tão emocionante como o próprio destino, fazendo-nos esquecer  pra onde íamos. Assim Batman vai a onde indique o ponto verde ou azul, e quando chegamos lá é que o verdadeiro jogo começa.



Isto é Arkhan City, cheio de missões secundarias e terciarias, Como as cabines telefônicas de Zsasz, que basicamente é uma corrida contra o relógio de um ponto a outro. As provas de realidade aumentadas, com pouco peso narrativo e que nada mais são que um pretexto para o completistas e os hábeis colhedores de experiência. Claro, também tem os enigmas e símbolos de interrogação de Riddle, conhecido para nós como Charada. Alguns dele são meros colecionáveis, outros foram pensados apenas como desafios de usar os gadgets  adequado para desbloqueá-los.

Os pontos fortes de Arkhan City já estavam instaurados no se antecessor, isso não quer dizer que este novo Batman não possa transmitir toda a força do seu original. A forma singular com que a Rockstady mescla os dois para criar sensações novas é interessante. O eterno conflito pessoal do Bilionário Bruce (Batman), misturado ao argumento principal, os diálogos do capangas dos vilões que são uma constante cascata de informações e algumas missões secundarias que por sua qualidade poderiam ter mais peso que algumas primarias, criam um ecossistema tão pessoal que projetam Batman meteoricamente para o mundo dos videogames. E mais ainda, poderíamos dizer que entende meio termo como poucos sem cair no buraco repetitivo tão próprio do gênero. O que se repete, e muito, são as lutas contra os capangas que nos esperam em qualquer ponto da cidade e montando guarda a portas dos edifícios a que nos dirigimos.



Quanto ao cenário, se prepare para um enfrentamento direto, fazendo uso das gárgulas, das bordas dos edifícios, telhados, dutos de ventilação e do conhecido cinto de utilidades com seus cada vez mais modernos gadgets. Com tudo isso se cria um marco incomparável de fluidez, com um jogo que nos convida todo momento a ser variado e criativo. É uma pena no entanto, que quando a luta se reduz a Batman rodeado de 15 capangas e temos que apertar muito o botão de golpear e de vez em quando o de contra atacar, já não estamos mais tão seguros. Claro que Batman tem que se meter em lutas pelas ruas, porem estas são cansativas e deveriam ser como uma lembrança anedótica dos PAM!'s e PUM!"s dos comics e da série televisiva, mas são na verdade um desafio sem dificuldade pura, com o convite implícito de tentar tudo de novo. Em alguns caso pode chegar a lhe irritar. De fato, este novo Batman dos games nunca se caracterizou por sua dificuldade. Se queres algo mais difícil, vá logo a solução dos enigmas do Charada, ainda que qualquer dos enigmas tenha a ver minimamente com a estória principal, servem para quando se cansares de repetir as lutas do Batman.

Melhor só, porem bem acompanhado, se fosse pouco tudo que Arkhan City oferece, ainda temos a Catwoman, e o jogo volta a retorcesse sobre si mesmo uma vez mais para controlar um personagem que é muito mais que outro “skin” diferente. No que pese a moda atual de Catwoman ter sido lançado como um DLC pra se comprar depois, sua inclusão é tão obrigatória que a Rocksteady lançou depois uma caixa com todos os DLC’s incluso, dando uma variedade justa, um descanso ao morcego e a nós a possibilidade de ver a cidade com outros olhos. Apesar de sua pronta aparição no jogo, é certo que teremos que esperar bastante para voltar a controla-la, porem o presente da Rocksteady com esta Mulher-Gato é quase como ter incluído uma expansão ao jogo original, com seus próprios movimentos, habilidades e enigmas a resolver.

Temos nos centrado muito nas coisas que podem melhorar, porem diante de um grande trabalho de quase dois anos até a entrega, Batman Arkhan City fez o que deveria fazer: imitar-se e crescer como game, por que dizer amadurecer e fixar-se em pouco. Arkhan City era algo que outubro de 2011 precisava, ante a tudo que costuma sair até o final do ano. Arkhan tem uma imaginação transbordante tanto no seu interior como no exterior, dando lugar para que nossos olhos saturados de tópicos e clichés permaneçam completamente abertos, investigando e olhando ao nosso redor. Os vilões são imaginativos, fieis as suas personalidades, transmitem a sensação de estar diante de algo serio, contundente, quando no fundo é uma trama de comic com “freaks” que não desaparece em nenhum momento como qualidade.

O melhor que se pode dizer para terminar de vez o grande trabalho da Rocksteady é que, estando como estamos, encantado com seu Batman, seria um enorme prazer ver o estúdio fazendo algo novo com outro super-herói comics (existem rumores de um Superman) ou qualquer outro gênero. Tanto a indústria como nós jogadores ganharíamos muito com isso.


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