Pode-se afirmar antes de
tudo e como o mais importante de ARKHAM CITY é que com ele se solidificou um
novo BATMAN. O Batman dos games. O Batman da ROCKSTEADY. Um Super-herói que por fim entende os games e se desenvolve com eles
como se tivesse sido criado para este setor do entretenimento. O sonho de todo
fã.
A Rocksteady pecou na
coisa de fazer um monstro fácil, gigante vitaminado (ainda que tenha diluído
esta formula em uma Unreal Engine a
70%) e de mecânica repetitiva, porem o faz com agilidade hipnótica em um mundo comic em que vale de tudo. Arkhan City em seu todo é como um daqueles
chefes enormes de fim de fase de um game, é um Batman Arkhan Asylum ultra
potenciado em que sua mecânica não nos surpreende como da primeira vez, mas está
refinada por uma arte singular que consegue transmitir, originalidade
criatividade e narrativa como poucos se atrevem. Esta é sua maior conquista
para um titulo que dá seus primeiros passos para se converter em uma saga.
A essência é a mesma do
hospital psiquiátrico de dois anos atrás, porem com a inclusão de zonas
interconectadas por um setor que se explora livremente e que se cria aos olhos
do nosso conhecido morcego como uma Sin
City, é um pátio de recreação para ele, que como super-herói se sente a
vontade e ágil ao comando do jogador. No
caminho percebemos essa capacidade que tem em Arkhan City de criar uma
topografia única (que quase lembra Metal Gerar Solid) em uma zona aberta, onde
a distância mais curta entre dois pontos é uma linha reta formando uma caixa
ainda com uma majestosa liberdade de ação, mas que lhe obriga a constantes
consultas ao mapa. Aqui não se aplica a fórmula da Bethesda em que o
caminho até seu objetivo se mostra tão emocionante como o próprio destino,
fazendo-nos esquecer pra onde íamos. Assim Batman vai a onde indique o ponto
verde ou azul, e quando chegamos lá é que o verdadeiro jogo começa.
Isto é Arkhan City, cheio
de missões secundarias e terciarias, Como as cabines telefônicas de Zsasz, que basicamente é uma corrida
contra o relógio de um ponto a outro. As provas de realidade aumentadas, com
pouco peso narrativo e que nada mais são que um pretexto para o completistas e
os hábeis colhedores de experiência.
Claro, também tem os enigmas e símbolos de interrogação de Riddle,
conhecido para nós como Charada. Alguns
dele são meros colecionáveis, outros foram pensados apenas como desafios de
usar os gadgets adequado para
desbloqueá-los.
Os pontos fortes de Arkhan
City já estavam instaurados no se antecessor, isso não quer dizer que este novo
Batman não possa transmitir toda a força do seu original. A forma singular com
que a Rockstady mescla os dois para criar sensações novas é interessante. O
eterno conflito pessoal do Bilionário Bruce (Batman), misturado ao argumento
principal, os diálogos do capangas dos vilões que são uma constante cascata de
informações e algumas missões secundarias que por sua qualidade poderiam ter
mais peso que algumas primarias, criam um ecossistema tão pessoal que projetam
Batman meteoricamente para o mundo dos videogames. E mais ainda, poderíamos
dizer que entende meio termo como poucos sem cair no buraco repetitivo tão
próprio do gênero. O que se repete, e muito, são as lutas contra os capangas
que nos esperam em qualquer ponto da cidade e montando guarda a portas dos
edifícios a que nos dirigimos.
Quanto ao cenário, se
prepare para um enfrentamento direto, fazendo uso das gárgulas, das bordas dos
edifícios, telhados, dutos de ventilação e do conhecido cinto de utilidades com
seus cada vez mais modernos gadgets. Com tudo isso se cria um marco
incomparável de fluidez, com um jogo que nos convida todo momento a ser variado
e criativo. É uma pena no entanto, que quando a luta se reduz a Batman rodeado
de 15 capangas e temos que apertar muito o botão de golpear e de vez em quando
o de contra atacar, já não estamos mais tão seguros. Claro que Batman tem que
se meter em lutas pelas ruas, porem estas são cansativas e deveriam ser como
uma lembrança anedótica dos PAM!'s e PUM!"s dos comics e da série televisiva, mas
são na verdade um desafio sem dificuldade pura, com o convite implícito de
tentar tudo de novo. Em alguns caso pode chegar a lhe irritar. De fato, este
novo Batman dos games nunca se caracterizou por sua dificuldade. Se queres algo
mais difícil, vá logo a solução dos enigmas do Charada, ainda que qualquer dos
enigmas tenha a ver minimamente com a estória principal, servem para quando se
cansares de repetir as lutas do Batman.
Melhor só, porem bem
acompanhado, se fosse pouco tudo que Arkhan City oferece, ainda temos a Catwoman, e o jogo volta a retorcesse sobre si mesmo
uma vez mais para controlar um personagem que é muito mais que outro “skin”
diferente. No que pese a moda atual de Catwoman ter sido lançado como um
DLC pra se comprar depois, sua inclusão é tão obrigatória que a Rocksteady
lançou depois uma caixa com todos os DLC’s incluso, dando uma variedade justa,
um descanso ao morcego e a nós a possibilidade de ver a cidade com outros olhos.
Apesar de sua pronta aparição no jogo, é certo que teremos que esperar bastante
para voltar a controla-la, porem o presente da Rocksteady com esta Mulher-Gato
é quase como ter incluído uma expansão ao jogo original, com seus próprios
movimentos, habilidades e enigmas a resolver.
Temos nos centrado muito
nas coisas que podem melhorar, porem diante de um grande trabalho de quase dois
anos até a entrega, Batman Arkhan City fez
o que deveria fazer: imitar-se e crescer como game, por que dizer amadurecer e fixar-se
em pouco. Arkhan City era algo que outubro de 2011 precisava, ante a tudo que
costuma sair até o final do ano. Arkhan tem uma imaginação transbordante tanto
no seu interior como no exterior, dando lugar para que nossos olhos saturados
de tópicos e clichés permaneçam completamente abertos, investigando e olhando
ao nosso redor. Os vilões são imaginativos, fieis as suas personalidades,
transmitem a sensação de estar diante de algo serio, contundente, quando no
fundo é uma trama de comic com “freaks” que não desaparece em nenhum momento
como qualidade.
O melhor que se pode dizer
para terminar de vez o grande trabalho da Rocksteady é que, estando como
estamos, encantado com seu Batman, seria um enorme prazer ver o estúdio fazendo
algo novo com outro super-herói comics (existem rumores de um Superman) ou
qualquer outro gênero. Tanto a indústria como nós jogadores ganharíamos muito
com isso.
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