Dia 132 - Felipe Pereira 125
The Mothman Prophecies - 2002
Dir: Mark Pellington
Elenco: Richard Gere, David Eigenberg, Bob Tracey
Carl Sagan explicava fantasmas cientificamente e fazia-os
parecer o mais natural dos fenômenos. Como eu estou exausto e cheio de
preguiça, vou postar o vídeo aqui e permitir que os senhores (e senhoras)
compreendam-no como quiserem: http://www.youtube.com/watch?v=WvR0naQ1yzI
Basicamente o sujeito explica que além da nossa, existem
algumas outras dimensões e que as pessoas e coisas que vivem nessas dimensões
só são capazes de enxergar as dimensões que existem abaixo delas. Ou seja: nós
vivemos na 4ª e só somos capazes de enxergar o mundo em 3 dimensões. Porém a
nossa dimensão não é a última, muito menos a mais evoluída. Existem outras
acima de nós, a quinta, a sexta, a milésima... Dimensões que nós só podemos
mensurar e por vezes menos que isso.
E existem seres que vivem nelas, criaturas em tese mais
desenvolvidas que nós, mais complexas que nós, possivelmente tão relevantes à
própria realidade quanto nós e, assim como nós, só conseguem enxergar as
dimensões abaixo delas. Ou seja, elas nos veem, mas nós não as vemos.
Exceto quando há um contato interdimensional e... você
ainda está aí?
Exceto quando há um contato interdimensional e essas
coisas, essas criaturas inomináveis, vem até aqui e mostram as caras. Tudo o
que podemos ver é algo totalmente indistinguível, uma projeção indecifrável de
algo de uma complexidade imensurável.
E essa, de uma forma totalmente rudimentar, é a explicação
“científica” para entidades sobrenaturais que assombram a humanidade desde seus
primórdios.
Mas o que isso tem a ver com o filme de hoje?
Tudo e nada.
fan art do 'Moth' |
A Última Profecia não é um terror habitual, não trata de
espíritos vingativos, ou de assassinos bizarros, nada de portas batendo ou mulheres
seminuas correndo enquanto um maluco com um facão anda em câmera lenta. Há algo
que assombra, há um ser que espreita, uma entidade que não se explica e não se
mostra. Até metade do filme não se faz menção a ela, apenas imagens desfocadas,
alguns desenhos feitos às pressas e só. Pouco se sabe sobre ela, é algo tão
sombrio que não há fontes de pesquisa sobre ela e, mesmo que houvesse, não
ajudariam pois, primeiro, precisaria se saber ao menos o que se está
procurando.
O filme começa mostrando um casal se mudando para sua
nova casa. Tudo parece bem, tudo corre certo até o dia em que os dois sofrem um
pequeno acidente de carro, a esposa bate a cabeça e precisa fazer uma
tomografia. Em decorrência disso ela descobre algo no mínimo ruim: um tumor maligno
no cérebro. E, quando acorda, ela relata a ele algo de estranho que ocorreu segundos
antes do acidente: uma figura indistinta que surgiu diante do carro e só ela
viu. O sujeito fica intrigado e até dá início a uma pequena investigação por
conta própria, mas nada descobre, somente pistas desconexas. E então algo
interrompe suas investigações: a morte da esposa.
O protagonista de The Mothman Prophecies é um jornalista
chamado John Klein interpretado por Richard Gere. Dois anos após a morte da esposa,
enquanto viajava até Richmond, Virgínia, o carro do sujeito quebra numa cidade
no meio do caminho: Point Pleasant, no mesmo estado. O cara fica preso na
estrada, no meio da noite e não demora até ficar com aquela paranoia de que
está sendo observado e que sua vida está ameaçada. Então ele decide bater numa
porta e pedir pra usar o telefone quando, do nada, o dono da casa sai com uma
arma apontada pra ele, arrasta ele pra dentro de casa e ameaça mata-lo ali
mesmo.
O sujeito é salvo por uma policial, Connie (Laura Liney)
que faz os ânimos se acalmarem e faz o dono da casa explicar o que está havendo
ali: segundo o sujeito aquela era a terceira noite que Klein ia até sua casa às
02:30 da manhã, de uma forma terrivelmente suspeita, e pedia para usar o
telefone. Nas duas noites anteriores o sujeito havia ido embora, mas sempre
acabava voltando, até que o dono da casa se cansou disso. Klein explica que
aquela é apenas a primeira vez que vai ali e consegue se sair após mostrar sua
identificação.
Mas ele ainda está na cidade, precisa ficar lá por alguns
dias até que seu carro se arrume e ele possa voltar para casa. E é lá, em Point
Pleasant, que as coisas acontecem: uma série de eventos anormais, uma série de
relatos bizarros de pessoas que dizem ver e sentir uma presença assustadora e
totalmente incomum incomodando-as sem nunca entrar em contato direto. E as
coisas só pioram quando Connie chega para ele e diz que uma mulher estava à sua
procura e perguntou por ele. E ela descreve para Klein como a mulher era e ele
fica aterrorizado ao perguntar a ela se a mulher se parecia com a foto que ele
trazia na carteira e Connie confirma. A esposa de Klein estava lá, na tal
cidade, à procura do marido. Nesse momento Klein percebe que há algo de muito
errado naquela cidade. Algo que se torna uma certeza absurda quando ele passa a
receber em seu quarto de hotel telefonemas misteriosos com barulhos e sons e,
em um deles, a voz de sua mulher...
Relatos de aparições do Mothman ao redor do mundo |
E quando Klein, mais confuso que cego em tiroteio, decide
buscar a opinião de um especialista, a explicação que o cara dá é basicamente a
dada por Carl Sagan para os fantasmas, mas algo bem menos bem humorado e muito
mais pesado. O cara explica a Klein que o que quer que esteja acontecendo
naquela cidade e o que aconteceu à sua esposa tem ligação, ainda que pequena,
devido as proporções. Fala para ele, baseado nos rabiscos da falecida, que a
criatura que ela viu antes do acidente tem um nome em cada cultura diferente do
mundo, é uma criatura tão sombria que foi esquecida pelas mitologias. É um
objeto de estudo tão vago que há sequer especulação sobre ele: The Mothman. O
Homem Mariposa. Uma coisa que vaga pela terra atraída por tragédias que estão
por vir. Há relatos sobre ele(s) em Chernobyl antes do incidente, há relato
sobre ele(s) antes do 11 de setembro, há pinturas em cavernas sobre esse ser
misterioso. Ele está por aí, rondado desde o início do tempo. E eles sempre dão
as caras quando algo de ruim vai acontecer.
Eles causam? Eles preveem? Eles avisam? Quem sabe? Quem
sabe qual é sua motivação?
O fato é que eles tem se mostrado para mais e mais
pessoas naquela cidade com uma frequência incomum para a humanidade. O que,
juntando dois mais dois, só pode levar a uma conclusão: algo de muito ruim vai
acontecer ali.
Estátua do Mothman em Point Pleasant |
A Última Profecia não é algo que te dê sustos. Não são ruídos
ou violinos estridentes, não são explosões súbitas nem criaturas saltando na câmera.
O que assusta é uma teoria, uma ideia, a ideia de que há algo acima de nós,
vendo tudo o que nós fazemos antes mesmo que nós o façamos. Observando e
interferindo e ninguém sabe o que eles querem o por que eles iriam querer algo.
Além de tudo, o que assusta ainda mais é que o filme é
baseado numa história real e todos os relatos mencionados acima realmente
existem, pessoas ao redor do globo realmente fizeram menção, direta ou
indiretamente à uma presença sombria precedendo grandes e catastróficos
acontecimentos. Se os relatos são reais, quem somos nós pra julgar? Se não são,
eles ao menos dão uma boa história.
O que ocorre é que naquele ano em Point Pleasant algo de
grande e catastrófico aconteceu. No ano em que os relatos foram feitos, no ano
em que John Klein esteve lá, totalmente por acaso e sem nenhuma razão
explicável... Ele foi guiado até lá por uma força inexplicável com propósitos
sombrios e sem nenhuma razão.
E isso, meus queridos, assusta pra cacete.
A última Profecia é um quebra cabeças (para muitos um quebra cabeças chatíssimo) dos mais complexos e bem montados. É um
filme pra se prestar atenção em detalhes e diálogos. Se você não faz isso,
realmente vai ser algo extremamente tedioso, mas se você dedica sua atenção
total a ele, quando suas duas horas se passarem, o que vai ficar é um medo real
e irracional de algo que não se sabe o que é ou o que quer, algo que talvez nem
exista em nossa realidade. Você olha para os cantos escuros da sua casa e tem
certeza de que tem alguma coisa lá, alguma coisa com asas e olhos vermelhos
e... Talvez não seja bom se virar agora...
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PS: Para mais fontes, visitem a querida e totalmente confiável Wikipédia no link a seguir: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mothman#Relatos_de_apari.C3.A7.C3.B5es
E, estrapolando um pouco, fazendo umas ligações, pesquise também sobre "as pessoas sombras".
E o Google, por que tem bastante material sobre o Moth por lá. E cubra os pés quando for dormir.
Feliz dia das mães pra quem é mãe e... não olhe para a porta agora :)
Massa. Crítica excelente.
ResponderExcluirNo ano de 1995, por volta das hs 9:00 da manhã, ao abrir a porta de casa, notei que nela estava uma “MARIPOSA NEGRA” que apareceu na porta da minha casa. Eu tinha 15 anos de idade, e já tinha ouvido falar que essa mariposa anuncia a morte e tragédias. Então, o meu irmão mais velho pegou uma vassoura e a matou.
ResponderExcluirEu disse a ele que não era para matá-la. E logo recebemos duas tristes notícias naquele mês: A MORTE DE NOSSA BISAVÓ (MARIA INVENÇÃO) e também A MORTE DE NOSSO AVÔ (MANOEL LÚCIO). Ambos morreram depois que esta “MARIPOSA” visitou a nossa casa. Eu não acredito que tudo isso seja superstição. Pois, em outras partes do mundo, as mesmas coisas acontecem com relação a esta “MARIPOSA SINISTRA”…
Ascalapha odorata - A Bruxa Negra
Eu estava sentado à mesa do computador, e ao virar-me para ver o que estava atrás de mim, para a minha surpresa, lá estava ela: A TERRÍVEL MARIPOSA! Com suas asas abertas, sobre o telefone fixado na parede. A mesma “MARIPOSA” que encontrei na recepção da empresa, no dia anterior, e com o detalhe das pontas de suas asas cortadas.
Também quero deixar registrado aqui, um caso recente, que aconteceu no ano de 2012. Eu trabalhava numa empresa de ônibus, no litoral paulista. E, numa sexta-feira, de tarde, um dia chuvoso e frio, encontrei uma dessas “MARIPOSAS” num vaso de flor, próximo à recepção da empresa. Eu a vi ali, parada, como sempre elas ficam. Percebi que as pontas das suas asas estavam cortadas.
Então, logo me veio à mente: O QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER?
(...)
Este foi mais um caso em que presenciei a “MARIPOSA” e logo depois aconteceu uma tragédia. Superstição ou não, a tragédia aconteceu. E em muitas partes do mundo, esta mesma “MARIPOSA” tem o mesmo significado: “MORTES e TRAGÉDIAS”.
“Contra fatos, não há argumentos”
© JUNIOR OMNI - 2012
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Visite o Site SOBRENATURAL: http://www.sobrenatural.org/relato/detalhar/24238/a_mariposa_da_morte/
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