domingo, maio 12, 2013

A Última Profecia - ou não há spoiler quando a história é real.

Dia 132 - Felipe Pereira 125
The Mothman Prophecies - 2002
Dir: Mark Pellington
Elenco: Richard Gere, David Eigenberg, Bob Tracey

Carl Sagan explicava fantasmas cientificamente e fazia-os parecer o mais natural dos fenômenos. Como eu estou exausto e cheio de preguiça, vou postar o vídeo aqui e permitir que os senhores (e senhoras) compreendam-no como quiserem: http://www.youtube.com/watch?v=WvR0naQ1yzI
Basicamente o sujeito explica que além da nossa, existem algumas outras dimensões e que as pessoas e coisas que vivem nessas dimensões só são capazes de enxergar as dimensões que existem abaixo delas. Ou seja: nós vivemos na 4ª e só somos capazes de enxergar o mundo em 3 dimensões. Porém a nossa dimensão não é a última, muito menos a mais evoluída. Existem outras acima de nós, a quinta, a sexta, a milésima... Dimensões que nós só podemos mensurar e por vezes menos que isso.
E existem seres que vivem nelas, criaturas em tese mais desenvolvidas que nós, mais complexas que nós, possivelmente tão relevantes à própria realidade quanto nós e, assim como nós, só conseguem enxergar as dimensões abaixo delas. Ou seja, elas nos veem, mas nós não as vemos.
Exceto quando há um contato interdimensional e... você ainda está aí?
Exceto quando há um contato interdimensional e essas coisas, essas criaturas inomináveis, vem até aqui e mostram as caras. Tudo o que podemos ver é algo totalmente indistinguível, uma projeção indecifrável de algo de uma complexidade imensurável.
E essa, de uma forma totalmente rudimentar, é a explicação “científica” para entidades sobrenaturais que assombram a humanidade desde seus primórdios.
Mas o que isso tem a ver com o filme de hoje?
Tudo e nada.
fan art do 'Moth'
A Última Profecia não é um terror habitual, não trata de espíritos vingativos, ou de assassinos bizarros, nada de portas batendo ou mulheres seminuas correndo enquanto um maluco com um facão anda em câmera lenta. Há algo que assombra, há um ser que espreita, uma entidade que não se explica e não se mostra. Até metade do filme não se faz menção a ela, apenas imagens desfocadas, alguns desenhos feitos às pressas e só. Pouco se sabe sobre ela, é algo tão sombrio que não há fontes de pesquisa sobre ela e, mesmo que houvesse, não ajudariam pois, primeiro, precisaria se saber ao menos o que se está procurando.
O filme começa mostrando um casal se mudando para sua nova casa. Tudo parece bem, tudo corre certo até o dia em que os dois sofrem um pequeno acidente de carro, a esposa bate a cabeça e precisa fazer uma tomografia. Em decorrência disso ela descobre algo no mínimo ruim: um tumor maligno no cérebro. E, quando acorda, ela relata a ele algo de estranho que ocorreu segundos antes do acidente: uma figura indistinta que surgiu diante do carro e só ela viu. O sujeito fica intrigado e até dá início a uma pequena investigação por conta própria, mas nada descobre, somente pistas desconexas. E então algo interrompe suas investigações: a morte da esposa.
O protagonista de The Mothman Prophecies é um jornalista chamado John Klein interpretado por Richard Gere. Dois anos após a morte da esposa, enquanto viajava até Richmond, Virgínia, o carro do sujeito quebra numa cidade no meio do caminho: Point Pleasant, no mesmo estado. O cara fica preso na estrada, no meio da noite e não demora até ficar com aquela paranoia de que está sendo observado e que sua vida está ameaçada. Então ele decide bater numa porta e pedir pra usar o telefone quando, do nada, o dono da casa sai com uma arma apontada pra ele, arrasta ele pra dentro de casa e ameaça mata-lo ali mesmo.
O sujeito é salvo por uma policial, Connie (Laura Liney) que faz os ânimos se acalmarem e faz o dono da casa explicar o que está havendo ali: segundo o sujeito aquela era a terceira noite que Klein ia até sua casa às 02:30 da manhã, de uma forma terrivelmente suspeita, e pedia para usar o telefone. Nas duas noites anteriores o sujeito havia ido embora, mas sempre acabava voltando, até que o dono da casa se cansou disso. Klein explica que aquela é apenas a primeira vez que vai ali e consegue se sair após mostrar sua identificação.
Mas ele ainda está na cidade, precisa ficar lá por alguns dias até que seu carro se arrume e ele possa voltar para casa. E é lá, em Point Pleasant, que as coisas acontecem: uma série de eventos anormais, uma série de relatos bizarros de pessoas que dizem ver e sentir uma presença assustadora e totalmente incomum incomodando-as sem nunca entrar em contato direto. E as coisas só pioram quando Connie chega para ele e diz que uma mulher estava à sua procura e perguntou por ele. E ela descreve para Klein como a mulher era e ele fica aterrorizado ao perguntar a ela se a mulher se parecia com a foto que ele trazia na carteira e Connie confirma. A esposa de Klein estava lá, na tal cidade, à procura do marido. Nesse momento Klein percebe que há algo de muito errado naquela cidade. Algo que se torna uma certeza absurda quando ele passa a receber em seu quarto de hotel telefonemas misteriosos com barulhos e sons e, em um deles, a voz de sua mulher...
Relatos de aparições do Mothman ao redor do mundo
E quando Klein, mais confuso que cego em tiroteio, decide buscar a opinião de um especialista, a explicação que o cara dá é basicamente a dada por Carl Sagan para os fantasmas, mas algo bem menos bem humorado e muito mais pesado. O cara explica a Klein que o que quer que esteja acontecendo naquela cidade e o que aconteceu à sua esposa tem ligação, ainda que pequena, devido as proporções. Fala para ele, baseado nos rabiscos da falecida, que a criatura que ela viu antes do acidente tem um nome em cada cultura diferente do mundo, é uma criatura tão sombria que foi esquecida pelas mitologias. É um objeto de estudo tão vago que há sequer especulação sobre ele: The Mothman. O Homem Mariposa. Uma coisa que vaga pela terra atraída por tragédias que estão por vir. Há relatos sobre ele(s) em Chernobyl antes do incidente, há relato sobre ele(s) antes do 11 de setembro, há pinturas em cavernas sobre esse ser misterioso. Ele está por aí, rondado desde o início do tempo. E eles sempre dão as caras quando algo de ruim vai acontecer.
Eles causam? Eles preveem? Eles avisam? Quem sabe? Quem sabe qual é sua motivação?
O fato é que eles tem se mostrado para mais e mais pessoas naquela cidade com uma frequência incomum para a humanidade. O que, juntando dois mais dois, só pode levar a uma conclusão: algo de muito ruim vai acontecer ali.
Estátua do Mothman em Point Pleasant
A Última Profecia não é algo que te dê sustos. Não são ruídos ou violinos estridentes, não são explosões súbitas nem criaturas saltando na câmera. O que assusta é uma teoria, uma ideia, a ideia de que há algo acima de nós, vendo tudo o que nós fazemos antes mesmo que nós o façamos. Observando e interferindo e ninguém sabe o que eles querem o por que eles iriam querer algo.
Além de tudo, o que assusta ainda mais é que o filme é baseado numa história real e todos os relatos mencionados acima realmente existem, pessoas ao redor do globo realmente fizeram menção, direta ou indiretamente à uma presença sombria precedendo grandes e catastróficos acontecimentos. Se os relatos são reais, quem somos nós pra julgar? Se não são, eles ao menos dão uma boa história.
O que ocorre é que naquele ano em Point Pleasant algo de grande e catastrófico aconteceu. No ano em que os relatos foram feitos, no ano em que John Klein esteve lá, totalmente por acaso e sem nenhuma razão explicável... Ele foi guiado até lá por uma força inexplicável com propósitos sombrios e sem nenhuma razão.
E isso, meus queridos, assusta pra cacete.
A última Profecia é um quebra cabeças (para muitos um quebra cabeças chatíssimo) dos mais complexos e bem montados. É um filme pra se prestar atenção em detalhes e diálogos. Se você não faz isso, realmente vai ser algo extremamente tedioso, mas se você dedica sua atenção total a ele, quando suas duas horas se passarem, o que vai ficar é um medo real e irracional de algo que não se sabe o que é ou o que quer, algo que talvez nem exista em nossa realidade. Você olha para os cantos escuros da sua casa e tem certeza de que tem alguma coisa lá, alguma coisa com asas e olhos vermelhos e... Talvez não seja bom se virar agora...

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PS: Para mais fontes, visitem a querida e totalmente confiável Wikipédia no link a seguir: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mothman#Relatos_de_apari.C3.A7.C3.B5es
E, estrapolando um pouco, fazendo umas ligações, pesquise também sobre "as pessoas sombras".
E o Google, por que tem bastante material sobre o Moth por lá. E cubra os pés quando for dormir.
Feliz dia das mães pra quem é mãe e... não olhe para a porta agora :)

2 comentários:

  1. No ano de 1995, por volta das hs 9:00 da manhã, ao abrir a porta de casa, notei que nela estava uma “MARIPOSA NEGRA” que apareceu na porta da minha casa. Eu tinha 15 anos de idade, e já tinha ouvido falar que essa mariposa anuncia a morte e tragédias. Então, o meu irmão mais velho pegou uma vassoura e a matou.

    Eu disse a ele que não era para matá-la. E logo recebemos duas tristes notícias naquele mês: A MORTE DE NOSSA BISAVÓ (MARIA INVENÇÃO) e também A MORTE DE NOSSO AVÔ (MANOEL LÚCIO). Ambos morreram depois que esta “MARIPOSA” visitou a nossa casa. Eu não acredito que tudo isso seja superstição. Pois, em outras partes do mundo, as mesmas coisas acontecem com relação a esta “MARIPOSA SINISTRA”…

    Ascalapha odorata - A Bruxa Negra

    Eu estava sentado à mesa do computador, e ao virar-me para ver o que estava atrás de mim, para a minha surpresa, lá estava ela: A TERRÍVEL MARIPOSA! Com suas asas abertas, sobre o telefone fixado na parede. A mesma “MARIPOSA” que encontrei na recepção da empresa, no dia anterior, e com o detalhe das pontas de suas asas cortadas.

    Também quero deixar registrado aqui, um caso recente, que aconteceu no ano de 2012. Eu trabalhava numa empresa de ônibus, no litoral paulista. E, numa sexta-feira, de tarde, um dia chuvoso e frio, encontrei uma dessas “MARIPOSAS” num vaso de flor, próximo à recepção da empresa. Eu a vi ali, parada, como sempre elas ficam. Percebi que as pontas das suas asas estavam cortadas.
    Então, logo me veio à mente: O QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER?

    (...)

    Este foi mais um caso em que presenciei a “MARIPOSA” e logo depois aconteceu uma tragédia. Superstição ou não, a tragédia aconteceu. E em muitas partes do mundo, esta mesma “MARIPOSA” tem o mesmo significado: “MORTES e TRAGÉDIAS”.

    “Contra fatos, não há argumentos”


    © JUNIOR OMNI - 2012

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    Visite o Site SOBRENATURAL: http://www.sobrenatural.org/relato/detalhar/24238/a_mariposa_da_morte/


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