terça-feira, junho 30, 2015

O Espadachim de Carvão, de Affonso Solano


Foi uma longa tarde de domingo enquanto minha esposa fazia uma prova de concurso. Eu não tinha muito o que fazer, pois os cinemas - embora próximos - não apresentavam produções que me interessassem. Estacionei então o carro numa sombra, sentei-me e comecei a ler um livro bacanudo que me surpreendeu pela qualidade de sua história: "O Espadachim de Carvão", de Affonso Solano.

Adapak, filho d'A Voz.
O livro conta a história de Adapak, um semideus (?) diferente, filho de um dos Quatro Que São Um, a(s) divindade(s) ausente(s) do mundo de Kurgala. O garoto de dezenove anos é um prodígio num estilo de esgrima chamado Círculos de Tibaul, extremamente inteligente e curioso - porém também muito ingênuo. 

Affonso Solano é um bom escritor, mas peca em alguns aspectos que podem deixar o leitor desconfiado no início da leitura: os vai-e-vens no tempo (flashbacks, que acontecem em capítulos alternados); a descrição exagerada em alguns momentos da trama; nomes estranhos de raças e espécies de seres vivos com pouca explicação da aparência e/ou função natural/social destes; alguns diálogos didáticos ao extremo, e desnecessários.

Porém, estes pequenos tropeços são sanados com o correr da leitura, pelo fato de o personagem principal ser muito bem construído e carismático, e pelo estilo de luta original inventado pelo autor. A descrição dos Círculos é feita em doses pequenas de explicação a cada capítulo, e cada dose acrescenta mais riqueza à narrativa.


No fim, "O Espadachim de Carvão" é uma rica experiência, que compensa ao final da leitura. Mais gratificante ainda é saber que este rico universo vai ter continuações, e a segunda parte da história das buscas e descobertas de Adapak vai chegar às livrarias ainda este ano.


Não leu ainda? Vai fundo que vale a pena.

Boa leitura.

P.S.: Odeio essa tendência de botar a opinião de "pessoas grandes" do mundo da literatura e do jornalismo na capa. Não enriquece o trabalho gráfico. Nem um pouco.

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