Dia 274.
Eu sinto uma falta mortal do Los Hermanos. Não, não é porque eu sou hipster - e eu acho que não sou. Nem considero os fãs deles como se fossem.
Não todos.
Mas... eles fazem falta. Sua sensibilidade, a maneira pouco ortodoxa de falar de amor e música e relacionamentos, o jeito meio safado de cantar para homens e mulheres...
Fim da rasgação de seda, falemos de "Cavalo", disco solo do Ruivo, o Amarante.
Além do mais, dos Beatles eu curtia o John e o Paul - mas eu sempre fui mais pelo George Harrison. Nos Hermanos eu sempre me identifiquei mais com o Ruivo e suas mil vozes.
Neste disco, podemos ver uma sonoridade mesclada entre o Little Joy - seu projeto paralelo com Fabrizio Moretti e Binki Shapir - e o terceiro disco dos Hermanos, "Ventura". Mas há algo mais, e é a evolução dele: um som autoral, com a cara dele. Não é algo descansado e preguiçoso: Amarante saiu de seu centro de conforto e criou faixas ritmicamente ricas e originais, com trechos de música eletrônica e percussão aqui e ali rasgando a cara das músicas. Atrevido, ousado, bonito de se ouvir.
Aconselho demais a audição deste que é um dos diferenciais do Los Hermanos. Ele, o Dionísio da Nova Música Brasileira: Rodrigo "Ruivo" Amarante.
Porque nem sempre.
Abraços.
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