Skank - Cosmotron, 2003

Dia 207, Felipe Pereira 192. 

Cosmotron é o disco do Skank que se posiciona exatamente entre o estilo original da banda, o Ska, e o pop mercenário que eles vem fazendo hoje em dia, o que acaba colocando a sonoridade do disco em uma posição extremamente confortável pela harmonia entre ritmos e estilos, misturados a letras realmente refinadas. Além disso tem uma das piores capas da carreira da banda, mas isso não afeta em muito.

Cosmotron foi lançado em um momento de transição para o Skank, um momento no qual a banda se encontrava vagando sem um estilo definido, tentando sair do lugar comum no qual se encontrava e encontrar uma identidade que, não só motivasse seu público cativo a continuar acompanhando sua carreira como também, trouxesse gente nova para seu séquito de fãs.

E o disco, de certa forma fez isso por que, na época do lançamento, largando música em tudo quanto é trilha sonora de novela, acabou dando um gás novo à trupe do Samuel Rosa, acabou dando uma moral à banda.

Eu acho esse disco sensacional, ouvi ele até literalmente rachar uns anos atrás e, apesar de hoje conter uma ou duas músicas que acabaram por se tornar, com o tempo, insuportáveis (Vou Deixar e Dois Rios me irritam até hoje), a maioria das faixas é de um bom gosto excepcional, muito bem escritas e executadas.

Um disco cheio de influências e referências subjetivas, de Beatles a Legião Urbana, com uma sonoridade, ao mesmo tempo, regionalista e universal, um misto de instrumentalismos e experimentalismos mesclados ao vocal compete de Samuel Rosa e letras elaboradas para narrar situações simples.

Exceto pelas já citadas Vou Deixar e Dois Rios (que se encaixa perfeitamente em toda a descrição acima de tudo o que eu elogiei, apesar de ter ficado desgastada por ter sido executada exageradamente), Cosmotron é um disco excelente da primeira à última música.

Destaques para Supernova, Pegadas Na Lua, Por um Triz (que parece ter sido escrita pelo Michel Euclides), Formato mínimo... O disco todo.

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