Dia 178. Michel 165.
Idos de 2001, eu e meu discman azul da Philips íamos a todos os lugares do Centro de Fortaleza. Eu tinha dezenove anos, trabalhava numa sapataria e adorava andar por aí escutando música. Meu salário era dividido em três: ajuda em casa, discos e livros.
"Gorillaz" foi um dos primeiros, e um dos que mais tocou àquela época. Era muita neura, naqueles tempos de batalha entre Oasis e Blur, que o Damon Albarn fizesse o que fez: criar uma banda virtual!
Onde já se viu isso, cara? Uma banda virtual? Personagens irreais fazendo música de verdade, mas uma combinação de sons até então desconhecida! Rock com ritmos latinos e batidas eletrônicas, dubs e samples, um vocal meio relaxado e bêbado... uma brincadeira? Personagens de desenho animado virando estrelas de Rock?
Oh Yeah.
Isso era Gorillaz, com suas músicas non-sense e seu visual insano, que me levava ao delírio, cantando alto enquanto andava por aí, ou no ônibus, nas indas e vindas de casa. E quando eu chegava? Mais Gorillaz naquele velho som CCE que só funcionava na base da porrada, mas durou anos funcionando.
Gorillaz faz isso contigo: cria um clima e te joga no meio das lembranças, sejam boas ou ruins. Este primeiro trabalho deles - que rendeu clipes e mais clipes e shows - gerou uma revolução na música, e mais que merecida. Havíamos saído do mais do mesmo por alguns instantes, e vislumbrado um pouco do caos que subjaz sob a aparente ordem.
Gorillaz.
Há doze anos atrás... quantas mudanças...
Mas o disco, esse sim, continua muito bacana.
Recomendo demais.
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