Dia 197 Felipe Pereira 183
Evil Dead - 2013
Dir: Fede Alvarez
Elenco: Jane Levy, Shiloh Fernandez, Lou Taylor Pucci, Jessica Lucas e Elizabeth Blackmore.
É o seguinte: não sei se vou dar nota pra esse negócio.
Filme foda, tenso pra cacete, tô todo me tremendo até agora, mas simplesmente
não sei que nota dar pra essa bagaça.
Evil Dead promete ser "O FILME
MAIS ASSUSTADOR QUE VOCÊ VERÁ". Sinceramente? Essa taglaine foi feita pra
mim. ED pode até não ser a obra mais
assustadora já feita, mas definitivamente é o bagulho mais assustador que EU,
como leigo no gênero horror, já vi na minha vida.
Na trama um grupo de jovens vai passar uma temporada em
uma cabana no meio da mata para ajudar Mia (Jane Levy), irmã de David (Shiloh
Fernandez) a se desintoxicar do vício em heroína. A garota está determinada a
parar, faz voto e tudo, joga a droga num poço, decide recomeçar, mas, como
sabemos livrar-se de um vício não é algo fácil nem algo limpo. Chegando à tal
cabana o grupo, de cinco jovens (dessa vez são jovens mesmo), descobre no porão
o local onde ocorreu um ritual macabro: coisas queimadas, cheiro de morte,
gatos mostos esquartejados pendurados no teto e um altar com um pacote preto
amarrado com arame farpado pedindo desesperadamente para ser aberto por mais
que, visualmente, ele dissesse: fujam enquanto podem, seus retardados.
Enquanto os outros três tomam conta de Mia para que ela
não se machuque em sua violenta crise de abstinência, um deles, Eric (Lou
Taylor Pucci) decide cometer o menos recomendável e mais estúpido dos atos:
abrir o pacote.
Ao abri-lo descobre um livro antigo, encapado em pele
(humana, não é mencionado aqui, mas quem viu os antigos Evil Dead sabe dessas
coisas) e cheio de inscrições antigas e algumas nem tão antigas assim. Trata-se
do livro dos mortos, um poderoso e macabro artefato com poderes demoníacos.
Entre eles o de trazer os mortos de volta à vida, conjurar entidades malignas que
se apossam do corpo de desavisados e, por último mas não menos importante, de
trazer de volta do Inferno um demônio milenar que deseja dominar este mundo.
E, mesmo com o livro lotado de inscrições como “DEIXE
ESSE LIVRO EM PAZ”, “NÃO LEIA ESTE LIVRO”, “VÁ EMBORA”, “É UMA CILADA, BINO”
(sério, tem essa mesmo!), Eric não consegue se conter e acaba lendo algumas
inscrições em voz alta, libertando o mal que vivia no floresta.
Um parêntese que eu quero colocar aqui é que, como de
costume, os protagonistas de ED são
incrivelmente estúpidos.
Essa coisa que acabou de se libertar aproveita-se da
condição de Mia, da sua fragilidade, da sua vulnerabilidade, e possui a garota,
transformando-a num ser demoníaco, poderoso e extremamente cruel, que tem o
poder de causar a possessão de cada um dentro daquela casa, força-los a fazer
coisas impensáveis como mutilar o próprio corpo, arrancar fora o próprio rosto,
ferir a si próprios e aos outros ali presentes de uma forma totalmente brutal e
assustadora.
E, para piorar, os quatro ficam presos na cabana com a
demoníaca Mia presa ao porão e não podem deixar o lugar por que a chuva os
deixou ilhados ali. Tudo o que podem fazer é resistir enquanto podem.
Um a um eles vão sucumbindo à violência e à insanidade
daquela entidade que deseja possuir e se alimentar de suas almas para que
possa, finalmente e por completo, libertar-se de sua prisão.
A Morte do Demônio ressuscita uma das mais famosas e cultuadas
franquias do cinema trash da década de 80: Evil Dead. Originalmente
protagonizada por Bruce Campbell e dirigida por Sam Raimi, a série teve 3
filmes, sendo que o segundo foi um remake do primeiro (por razões contratuais)
ao mesmo tempo em que um prequel e uma continuação (eu acho isso tão confuso
quanto você, então nem pergunte). A trama era parecida: nela um grupo de jovens
de 40 anos ia para uma cabana na floresta, encontrava um livro maluco e
conjurava as palavras que traziam à vida uma entidade que ia matando-os um a
um.
O diferencial é que o original era um trash com doses de
gore, mas completamente permeado por um humor negro, meio doente, que conferia
aos 3 filmes (o terceiro em especial) um climão de comédia trash, quase
satírico.
O novo não tem esse humor, muito pelo contrário: carrega
no horror visual pesadamente, no gore e no suspense angustiantemente. A
trilogia clássica, por ser trash, por ser engraçadona, podia facilmente ser
vista por qualquer um acima dos doze anos sem grandes problemas, causaria um
arrepio, um incômodo, um susto aqui e outro ali, mas não se aprofundava demais
nisso: o objetivo era divertir.
O novo não: se você espera um pipocão divertido e
família, meu garoto, pode esquecer. Desista, vá ver Smurfs, vá ver seus Jogos
Mortais, vá ver novela! O novo Morte do Demônio não quer saber de divertir,
quer saber de assombrar, de aterrorizar, de chocar, de te fazer suar frio, tremer,
bater os dentes, roer as unhas!
E faz tudo isso, o pior é que faz mesmo tudo isso!
Eu terminei de ver ED em
choque, todo me tremendo, as pontas dos dedos sangrando e sem unhas, acho que até
minhas plaquetas diminuíram! Eu definitivamente não tenho problema cardíaco!
Eu não recomendo esse troço a quem tem estômago fraco,
não indico pra ver com a mãe nem com a namorada, muito menos com a galera. Evil
Dead é algo para se ver sozinho, no escuro, com fone de ouvido!
Certo, provavelmente quem é fã de horror já deve ter
visto coisa mais assustadora que isso, mas para mim e, com toda a certeza, para
quem não é expectador assíduo de cinema de horror (e mesmo para quem é), A
Morte do Demônio é uma das coisas mais perturbadoras e aterradoras já transpostas
para as telas do cinema.
Meus parabéns a todos os envolvidos, hoje eu cobrirei os
pés quando for dormir.
Taí a nota, engole!
Desgraça!
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