Dia 167 - Felipe Pereira 164
Hot Fuzz - 2007
Dir: Edgar Wright
Elenco: Simon Pegg, Nick Frost, Martin Freeman, Bill Nighy.
Nicholas Angel (Simon Pegg) é um policial honesto e cem
por cento justo. Um dos poucos que realmente fazem algo em Londres. Várias
vezes condecorado, Angel faz de tudo para ser um policial melhor do que já é,
afunda-se em mais e mais trabalho, pratica atividades extracurriculares e chama
atenção pela produtividade. Seu desempenho chama tanta atenção que seus
superiores decidem promove-lo a sargento. Na única cidade da Inglaterra onde,
supostamente, não existe crime.
Chegando à tal cidade, o sujeito se depara com um
departamento de polícia totalmente inativo por falta de trabalho. Aparentemente
todos ali são cidadãos corretos e educados e os criminosos mais terríveis são
os adolescentes que compram bebida sem ter idade para isso.
Angel surta naquele lugar onde nada de grandioso
acontece, acaba fazendo amizade (sem querer, mas sem querer mesmo) com o filho
policial do chefe de polícia, Danny (Nick Frost), e parte para uma operação
maluca com o objetivo de encontrar algo de realmente errado naquele lugar,
afinal de contas cidade nenhuma pode ser tão perfeita!
É quando “acidentes” misteriosos começam a acontecer
tirando a vida de pessoas influentes de formas horríveis. E Nicholas Angel tem
certeza de que eles são mais que acidentes.
Chumbo Grosso (Hot Fuzz, 2007), do diretor Edgar Wright, é
o segundo tomo da trilogia Cornetto (sim, o sorvete mesmo) iniciada em 2004 com
a comédia de zumbis Shaun of The Dead (todo Mundo Quase Morto em terras
brasileiras).
O elenco é o padrão que sempre acompanha o diretor: Simon
Pegg, Nick Frost e com participações de Martin Freeman e Bill Nighy. A trama é
absurda, mistura humor britânico e ação mirabolante: piadas inteligentes e
câmera lenta, sacadas rápidas e tiroteios. O grande chamariz do filme é seu
elenco e as situações malucas (e violentíssimas) boladas por Wright e Pegg (que
também roteiriza): “acidentes de carro” que arrancam a cabeça de suas vítimas, adornos
de igrejas que empalam “acidentalmente” algum desavisado, um ganso fugitivo que
ninguém é capaz de segurar...
A trilogia do Cornetto é formada por três filmes (capitão
óbvio!): Todo Mundo Quase Morto, Chumbo Grosso e O Fim do Mundo (ainda a
estrear). O objetivo é homenagear e tirar sarro de obras do gênero, se
apossando de seus clichês mais célebres e dando a eles uma dose de ação e uma
trama totalmente imprevisível. Hot Fuzz tem toda a carga de humor britânico,
mas é tão surtado e violento que por vezes você se questiona se aquilo é
realmente uma comédia. Em certos pontos você tá vidrado na tela acompanhando a
operação de Angel e Danny para limpar a cidade de todas as coisas que Angel
considera erradas (e todos os outros consideram normal). A trama é tão maluca e
imprevisível que chega num ponto que Angel se envolve com conspirações bizarras
e seitas secretas, sacrifícios humanos e o pacote completo de bizarrices.
Nesse ponto o filme vai além da piada, vai além da
sátira, encontra uma identidade e segue por ela e, é nesse momento, que ele
ganha o expectador. Se antes você curtia a aventura por conta das piadas e da
ação, agora você curte pela originalidade (mesmo que alucinada além do ponto em
certos momentos).
A dupla Pegg/Frost nunca desaponta, nunca perde o tom.
Simon Pegg é genial por si só, assume uma identidade nova a cada personagem no qual
atua, muda de visual, de comportamento, de trejeitos, o cara encarna um daqueles
sujeitos certinhos ao extremo com uma quedinha pela perda de controle. Um
daqueles caras que podem explodir a qualquer momento enquanto você fica
torcendo pra que ele exploda.
Do outro lado está o igualmente genial Nick Frost, que
faz aqui o amigo abobalhado (again) de Angel. Danny é o ingênuo filho do chefe
de polícia, tudo o que sabe sobre seu trabalho, ele aprendeu vendo Caçadores de
Emoções (com o Keanu Reeves, lembra?) e Bad Boys, o que acaba de certa forma
dando uma lição no certinho Angel, apressando a explosão do sujeito.
Não acho Hot Fuzz tão genial quanto Shaun of The Dead,
mas eu sou suspeito pra falar: amo zumbis e não sou grande fã de filmes
policiais (e nos dias de hoje, nem de policiais). Mesmo assim Chumbo Grosso
beira a genialidade, a mistura de humor britânico e violência gráfica agressiva
funciona muito bem nas mãos da santíssima trindade do humor britânico moderno:
Pegg/Frost/Wright.
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