quinta-feira, maio 23, 2013

Meu Namorado é Um Zumbi (meh)

Dia 143 - Felipe Pereira 138
Warm Bodies - 2013
Dir: Jonathan Levine
Elenco: Nicholas Hoult, Teresa Palmer, Analeigh Tipton

Eu gostaria muito de escrever um daqueles textos no qual eu falo mal pra caramba de um filme muito ruim hoje... De verdade, eu adoro falar mal de coisa ruim. E eu fui ver Meu Namorado é Um Zumbi com esse intuito: falar mal. Mas não vai rolar. Sabe por que? Por que não é um filme ruim. Não é um filme muito bom também, é bem mediano. Mas não é ruim.
Para falar a verdade os primeiros 30 minutos dele são até bem divertidos.
Essa é a história de R (Nicholas Hoult), um zumbi com dilemas morais que conta sobre si em primeira pessoa, coisa bem nada a ver. Ele conta que não lembra muito sobre a própria vida desde que ele morreu. Ele viv... passa seus dias em um aeroporto cheio de zumbis, alguns recentes, outros bem decrépitos. Os mais recentes até se comunicam entre si, por meio de grunhidos e gestos, até arriscam algumas palavras. Os mais decrépitos, esqueletos com pele, só matam e comem tudo o que aparece. R até explica que a diferença entre os dois tipos é que o primeiro faz exatamente a mesma coisa, mas se sente mal por isso.
A morte segue desse jeito, é a rotina do aeroporto: vagar, grunhir e sair pra caçar. E é numa dessas caçadas que R conhece Julie (Teresa Palmer, um clone da Kristen Stweart), uma garota durona que massacra o bando inteiro de R enquanto esse devora o namorado dela. Ele a vê matando todos os desmortos e não tem dúvida: aquela é a mulher da sua morte (meu texto vai ser cheio desses clichês).
E ele sequestra ela, ela desenvolve um estágio mais avançado de síndrome de Estocolmo, por que sem razão nenhuma ela vai na dele, e os dois passam um tempo juntos no avião cheio de bugigangas onde R vive.
Até que os zumbis mais mortos percebem a deles, começam a caçá-los dentro do aeroporto e eles precisam fugir.
Os humanos formaram uma comunidade pós apocalíptica e construíram uma muralha monstruosa em torno da cidade onde vivem para se proteger dos zumbis e tudo corre bem lá dentro, exceto que invariavelmente um pequeno grupo de pessoas precisa ir do lado de fora buscar suprimentos e, nessa ida, o grupo de Julie é quase que inteiramente vitimado pelo grupo do zumbi protagonista, inclusive seu namorado Perry (que não é o ornitorrinco, mas é o irmão do James Franco, o monocelhíco Dave Franco) que é pessoalmente estripado por R, que devora seu cérebro e absorve suas memórias (f*da-se a lógica!) e acaba se apaixonando ainda mais pela garota.
MNéUZ é um negócio meio zoado: é baseado num romance adolescente entre uma garota e um zumbi que foi escrito por um coveiro, sendo que o livro é sério e o filme é uma paródia da seriedade do livro, nada é muito sério aqui, os minutos iniciais até arrancam umas boas risadas, a narração em off do protagonista é cheia de pequenas sacadas inteligentes, piadinhas óbvias e cretinas. A segunda parte do filme se concentra no romance, dá uma mudada meio brusca, fica bem chatinho, a atenção se dispersa, fica mais comercial, menos trash, beirando o ruim.
Um dos problemas mais graves de Warm Bodies é seu roteiro contraditório que não se decide dentro da própria mitologia. Tem falhas, furos grandes, “nós não falamos nada, só umas palavras” e do nada os zumbis formam sentenças completas, as coisas acontecem muito rápida e bruscamente e o segundo ato foca demais no romance, deixando o humor de lado...
Sem falar que a suspensão de descrença deve ser jogada fora, por que a menina do nada vira uma donzela em perigo, os humanos são todos incrivelmente estúpidos (mas isso é meio que crível) e o diretor fica o tempo todo brigando pra dar algum conteúdo àquela zona enquanto o estúdio só parece querer ganhar grana em cima do produto, gera um conflito visível entre as duas partes...
O diretor, Jonathan Levine, por sinal tirou leite de pedra aqui!
O elenco não se esforça demais em momento algum e olha que o John Malcovich é o pai da garota, mas ele nem surta, tá meio apático para um militar linha dura, dava pra trabalhar melhor isso aê, produção...
Conforme R vai se apaixonando mais pela garota ele vai revivendo e contaminando os outros mortos que vão ficando mais humanos e, mais uma vez, nada faz sentido nessa porra!
Mas quem se importa, o filme é uma zona!
Como eu disse antes, Warm Bodies não ofende ninguém, não aboiola o mito do zumbi, não agride e não agrada extremamente, é um trabalho, dentro do proposto, até bastante razoável, passa rápido e diverte em certos pontos.
Pontos altos: fotografia e trilha sonora (tanto a pop quanto a score do Marco Beltrami são excelentes).
Pontos baixos: Teresa Palmer (muito ruim, muito Bella), efeitos especiais (o que diabos são aqueles bonies? Que bagulho tosco, parecem anões zumbis!) e uma certa apatia do filme que incomoda, é meio paradão demais.
No geral? Divertido, zumbi nunca enjoa, passa um tempinho na boa.
Vá sem grandes expectativas e tente curtir, não muda vidas, mas não mata ninguém :)

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