sexta-feira, maio 17, 2013

Duro de Matar - Um Bom Dia Para Morrer. Um Péssimo Filme Para se Ver.

Dia 137 - Felipe Pereira 129
A Good Day to Die Hard - 2013
Dir: John Moore
Elenco:  Bruce Willis, Jai Courtney, Sebastian Koch

O 5º Duro de Matar começa bem. Tem todo o clima de um bom exemplara da franquia, os doze primeiros minutos tem a cara de um Duro de Matar de boa qualidade, na verdade, enquanto há apenas conflito, o filme tem um nível de tensão excelente, toda aquela sensação de que algo vai dar errado e John McClane vai precisar tirar os sapatos mais uma vez. O problema é quando começa a ação. O diretor simplesmente não sabe lidar com ação.
Eu sempre tenho a impressão de que quando todo mundo fala mal de um filme muito fervorosamente nem sempre o filme é tão ruim, na maioria das vezes é um equívoco generalizado iniciado por alguém influente no ramo de falar mal de bons filmes.
Não é o caso.
DdM5 começa com um sujeito qualquer entrando numa boate e atirando num cara qualquer. Panorâmica de Moscou, Bruce Willis atirando, policial genérico entrega relatório, papinho furado, climinha desconfortável, panorâmica de Moscou, Bruce Willis na Rússia. Bang Bang, boom, crash, “estou de férias”, booom, corre, corre, “sou um péssimo pai”, Bang bang, “estou velho”, Moscou, caras tristes, Moscou de novo, tiros...
É o negócio mais sem ritmo do mundo, um roteiro furado com uma sucessão de coisas acontecendo aleatoriamente e nada que as ligue entre si. É só ação, só tiroteio, uma trilha sonora deslocada e atuações econômicas (para não dizer genéricas).
O lance é que John não vê seu filho há alguns anos e descobre que o moleque tá preso na Rússia, acusado de assassinato. Ele vai pra lá fazer nada a respeito, por que não há nada que se possa fazer sobre isso. É a Rússia, porra! O que ele ia fazer? Eis que o sujeito que entra na boate e atira num qualquer é o filho de McClane que faz parte de uma conspiração qualquer, essas coisas aí. Mas na verdade, sendo filho de quem ele é, tudo se trata de um plano mirabolante pra qualquer coisa e ele vai escapar e destruir coisas e matar pessoas.
E ele é um espião.
O que mais incomoda em DdM5 é que Bruce Willis, o astro da franquia é completamente deixado de lado, um mero coadjuvante, uma versão piorada do que aconteceu em Indiana Jones 4. E pior, o cara que escolheram para ser seu filho e roubar a cena que deveria ser dele é um ator terrivelmente qualquer nota, um sósia ainda menos carismático do Sam Worthington, um cara chato com o qual não rola empatia alguma. Pior, rola antipatia, você simplesmente não se importa com o sujeito.
O caminho que a trama leva? Quem se importa? O que importa é a ação, John andando de carro por cima de carros com pessoas dentro (?), tiros e mais tiros, armas vindas de lugar nenhum e ação descontrolada. Não nos esqueçamos das piadinhas sem graça, dos acidentes de carro sem consequências e do vilão que só surge quando o roteiro precisa dele. E John McClane se tornou um católico fervoroso, importante pontuar isso. 
Talvez A Good Day To Die Hard não seja tão ruim quanto está sendo pregado, mas ele, é sem sombra de dúvidas, um equívoco muito grande. No Mínimo. Primeiro de tudo, o que mais tem sido alardeado por todo mundo, o personagem interpretado por Bruce Willis não é John McClane. É outro cara. Um cara bacana e tudo, mas não MccLane, A Lenda. Depois disso o roteiro é um problema, a edição é um problema, a direção não é. Até por que para ser um problema é necessário que houvesse o contraponto de uma solução e, aqui, nesse caso, não há. A direção é um caso perdido. Até agora não entendo a necessidade de mostrar uma panorâmica de Moscou a cada transição de cenário. E não são poucas.

Problemas e mais problemas, mas há alguma qualidade? Sim! Todas desconexas e automaticamente anuladas por problemas maiores que elas. Uma delas é a fotografia, belíssima! Outra? Ação. Pra quem curte, o filme é um prato cheio. As cenas de ação são lindas, as explosões são extremamente bonitas de se ver, extremamente bem executadas. Algumas cenas são incompreensíveis, mas são incríveis. A edição de som é meio abafada, dá uma sensação de acústica ruim, mas o som dos tiros impressiona. Os efeitos especiais são outro ponto forte, tem uma cena na qual pai e filho atravessam um prédio de baixo pra cima em queda livre enquanto O MUNDO EXPLODE AO REDOR DELES e isso é fodabagarai! De onde veio o prédio? Não sei, um segundo atrás ele não estava ali. Lei da gravidade? Pra que? Tempo? O que é isso? A moça no helicóptero vê o tempo passar numa velocidade, John vê em outra, o filho dele nem vê, os olhos dele são meio apertadinhos, parece que ele tem síndrome de down, o expectador vê em câmera lenta e é uma cena espetacular, a Cesar o que é de Cesar.
Sinceramente? Se não se chamasse Duro de Matar o filme seria divertido. Ação inverossímil, tiros, pancadaria, Bruce Willis é sempre bom de se ver em tela, mas... Cara, se eu fosse um adolescente de 14 anos e jogasse Call Of Dutty, teria achado isso o máximo. Mas eu não sou. Admito, vi o primeiro Duro de Matar um dia desses, faz só uns 3 anos, vi o 4 antes de ver qualquer um dos outros e gosto pra cacete de todos eles... Mas isso aqui não é Duro de Matar, é de matar, é duro de ver, mas não é isso que se espera de um filme da franquia.
Vá por mim, veja esse troço, satisfaça sua curiosidade mórbida. Esse é um bom dia pra morrer? Só se for pra série morrer. E, sinceramente? Eu não sei se quero mais filmes com esse nome. Os 4 primeiros estão de bom tamanho.

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2 comentários:

  1. Hmmm...
    Assim como o 1pd me deu vontade de ver alguns filmes, me fez perder a (já pouca) de assistir esse.
    Uma pena, sempre curti os Duro de Matar.

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    Respostas
    1. Pois é, eu também. Mas assista mesmo assim, vai que tu enxerga o filme de outro jeito e pensa diferente. É sempre bom tirar as próprias conclusões.

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